Por: Alexandre Giesbrecht

Ao menos em relação à primeira fase, os playoffs deste ano parecem mais previsíveis. Sem nenhuma grande surpresa, muita gente acertou suas previsões. Até eu acertei os vencedores de sete séries — embora não tenha acertado o placar final de nenhuma delas.

Como meus pitacos estão em outra seção, não pretendo falar do futuro, mas, sim, das duas últimas semanas.

Os Sabres mantiveram a velocidade de cruzeiro que já mantinham nas últimas semanas da temporada. Foi visível o desinteresse que eles demonstraram, quase como se esperassem a vitória por osmose, comportamento parecido ao que acometeu o São Paulo nos últimos meses. No caso do time de futebol, esse comportamento foi acobertado por vitórias até o desastroso final, contra um São Caetano que jogou como um time que quer ganhar e sabe que as coisas não caem do céu.

Se servir de lição para o time de Buffalo, os Rangers já podem começar a fazer seus planos para as férias. Quem sabe até já marcando um jogo de golfe para quarta-feira que vem, um dia depois do jogo 4.

Se bem que, do jeito que estou dando a entender, parece até que os Rangers tiveram dificuldades para eliminar os Thrashers. A maior dificuldade deve ter sido não parar para uma cervejinha no meio de cada turno no gelo. O modelo de marcação pressionando os poucos atacantes perigosos dos Thrashers não deverá ser muito eficiente contra um time que tem grande poder de fogo até na terceira linha, então o negócio vai ser fazer o que se fez ao longo de toda a temporada: confiar no goleiro Henrik Lundqvist.

Nos lados de New Jersey, toda a produtividade que Vincent Lecavalier e Martin St. Louis, do Lightning, demonstraram de outubro até abril não foi o suficiente para vencer o goleiro Martin Brodeur. O Lightning até que chegou a dar um susto, fazendo 2-1 na série, mas os Devils souberam manter a calma — e o esquema tático.

Brodeur vai ser importante na próxima série, porque os Senators vêm de uma grande atuação na primeira fase. Eles mostraram ter não só força no ataque como na defesa também. Até o goleiro Ray Emery, apontado como o ponto fraco do time antes dos playoffs, mostrou a que veio e parou o ataque dos Penguins não só na base da experiência. Os Sens pareciam ter algo a provar e dfinitivamente não pareceram ser aquele mesmo time que sempre amarela nos playoffs. Voltando ao exemplo do São Caetano, o fogo que se via no olhar dos dois times era bem parecido.

No Oeste, os Wings se classificaram com uma facilidade maior que o placar da série indica. Não fosse por Miikka Kiprusoff, quatro goleadas encerrariam a série logo de cara. O Detroit mal precisou de Dominik Hasek lá atrás; o ataque do Calgary não teria feito muito mais gols se fosse um balde d'água no gol adversário.

O próximo desafio dos Red Wings é o San Jose, um time que tem não apenas um bom goleiro, mas dois, Evgeni Nabokov e Vesa Toskala. Nenhum deles carrega o time nas costas como Kiprusoff carrega o Calgary, mas já servem para frustrar muito atacante. E não podemos nos esquecer que, ao contrário dos Flames, os Sharks são muito perigosos no ataque. Aliás, não apenas no ataque: a série contra os Predators foi dura e violenta, mas o time californiano saiu ileso. E descansado.

Outro time que saiu descansado de sua série foi o Anaheim. A série curta contra o Wild foi uma bênção para um time amaldiçoado por contusões nos últimos meses. À exceção do jogo que decidiu a classificação e da derrota insignificante no jogo 4, quando só faltava um golpe de misericórdia para encerrar a série, os jogos foram apertados, e isso pode ser uma vantagem para os Ducks nas próximas fases, porque eles entraram em ritmo de pós-temporada.

Embalados e descansados, eles têm pela frente o que é, ao menos em teoria, o adversário ideal. Os Canucks vêm do único jogo 7 da primeira fase e da única série que teve mais de um jogo na prorrogação. Aliás, foram quase nove jogos na série, já que houve um total de seis períodos (três incompletos) de prorrogação, incluindo aí o desgastante jogo 1, decidido no quarto tempo extra.

E não é só isso que assusta a torcida de Vancouver. O time não marcou sequer um golzinho nas três derrotas para os Stars e somaram apenas 13 gols na série. Não fosse pelo goleiro Roberto Luongo, e Marty Turco teria superado os fantasmas das más atuações nos playoffs, que o assombram já há alguns anos. Na verdade, ele até os superou, já que jogou muito bem e foi o principal responsável pela sobrevivência dos Stars por tanto tempo. É que faltou a vitória na série, então o gosto amargo na garganta ficará por mais um ano.

Mark Mirko/Hartford Courant
Não é o que pode parecer à primeira vista. Mas, ainda assim, é uma rivalidade dupla. Rangers e Bruins estão aqui representados por seus times na AHL, respectivamente o Hartford Wolf Pack de Alex Bourret e o Providence Bruins de Joff Hoggan. Além da rivalidade entre dois dos Seis Originais, há ainda a rivalidade regional entre duas cidades da Nova Inglaterra: Hartford, capital do estado de Connecticut, e Providence, capital do vizinho estado de Rhode Island. O jogo em questão foi o terceiro da série de primeira fase entre os dois nos playoffs da Copa Calder. O Wolf Pack venceu fora de casa por 5-2, mas perdeu o jogo 4 por 5-1. A série está empatada em 2-2.
(21/04/2007)

Hóquei e beisebol
Com o lançamento da RevistaK.com, eu agora tenho colunas em uma revista sobre hóquei e em uma sobre beisebol, mas são raras as vezes em que dá para juntar ambos os esportes, então não posso desperdiçar a oportunidade, ainda que seja com uma pequena nota.

Brad Eldred é primeira-base reserva no Pittsburgh Pirates. Com 1,96m de altura, ele já se imaginou no círculo de faceoffs, frente a frente com algum ponta adversário e imediatamente jogando as luvas para longe e partindo para cima. Dejan Kovacevic, jornalista do Pittsburgh Post-Gazette, perguntou como ele acha que se daria na briga.

"Acho que eu iria OK", respondeu, sorrindo, Eldred. Mas mesmo em cima de um par de patins? "Bem... OK, eu não teria chance alguma. Mesmo o cara mais baixinho no gelo provavelmente só ficaria brincando comigo."

Alexandre Giesbrecht, 31 anos, tem um boneco "bobblehead" de Colby Armstrong em cima de sua escrivaninha.
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Página publicada em 25 de abril de 2007.