NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

Dustin Penner foi um dos principais nomes do Anaheim Ducks na conquista da Copa Stanley na última temporada. Com as diversas questões do Anaheim durante a pré-temporada, como a saída de Teemu Selanne, a suposta aposentadoria de Scott Niedermayer e as contratações de Mathieu Schneider e Todd Bertuzzi, a renovação do contrato de Penner ficou em segundo plano. Como agente livre restrito, o atacante recebeu uma proposta absurda (US$ 21,25 milhões por cinco anos) de Kevin Lowe, gerente geral do Edmonton Oilers, que antes disso já havia tentado "roubar" Thomas Vanek do Buffalo Sabres (US$ 50 milhões, sete anos). Os Ducks decidiram não cobrir a oferta. Acontece que em Edmonton Penner faz uma temporada pífia, com seis gols e 14 pontos, não justificando o esforço de Lowe. No entanto, o atacante marcou o primeiro gol da vitória por 4-0 dos Oilers sobre os Ducks no domingo. O Anaheim, por sua vez, tem a pior média de gols marcados por jogo na liga e estaria fora dos playoffs se a temporada terminasse hoje. Ou seja, talvez Penner fosse a resposta para parte da anemia ofensiva da equipe. Talvez.

O veterano atacante Mark Recchi, bicampeão da Copa Stanley em 1991 e 1992 pelo Pittsburgh Penguins, foi colocado esta semana na lista de desistências pelos próprios Penguins. Com 39 anos, sendo 19 de NHL, Recchi tem servido pouco ao clube que o recrutou, atuando em apenas 19 dos 26 jogos da temporada, somando dois gols e oito pontos. O mais engraçado disso tudo é que uma noite antes o jogador presenciou o lançamento de seu bonequinho Bobblehead na Mellon Arena. Recchi, 23.º artilheiro da liga em todos os tempos, passou também por Philadelphia Flyers, Montreal Canadiens e Carolina Hurricanes e está nos Penguins desde 2005, onde retornou após o locaute como agente livre. Na última temporada, o atacante marcou 24 gols e 68 pontos, alcançando as marcas de 500 gols e 1.300 pontos. Embora seu salário não seja tão alto (US$ 1,75 milhão), é pouco provável que Recchi seja solicitado por outra equipe. Essa pode ser a última temporada da carreira deste atacante subvalorizado.

A NHL aprovou na quinta-feira, dia 29, o "novo" calendário, que começa a valer a partir da próxima temporada. Cada equipe terá 24 jogos contra adversários da mesma divisão, 40 jogos contra os outros adversários da conferência e 18 jogos contra adversários da outra conferência (um contra cada equipe e três outros extras). Eu sei, você já viu isso antes: o "novo" calendário da NHL nada mais é que a cópia do formato anterior, pré-locaute. Vamos tratar então a NHL como a CBF (Casa Bandida do Futebol; ou como ouvi alguém dizer, Celeção (sic) Brasileira de Futebol), porque é o que ela merece. A Associação dos Jogadores comunicou aos proprietários das equipes durante a reunião que as estrelas do esporte preferiam avançar para o calendário de 84 jogos, onde todas as equipes se enfrentariam ao menos duas vezes. Segundo o diretor Paul Kelly, "os jogadores estão cansados de ver os mesmos rostos semana após semana" e "eles acreditam que os fãs querem ver as estrelas dos outros times e eles mesmos gostariam de ver outros cidades". A NHL não se comoveu diante da oferta dos jogadores — disputa de poder?! — e o "velho" calendário foi aprovado por 26 votos a 4. Os maiores interessados no assunto, torcedores e jogadores, foram mais uma vez deixados de lado.
Ainda sobre a reunião dos "cabeças" da NHL, não houve nenhum avanço em relação aos outros assuntos polêmicos, como aumento do tamanho das traves ou redução dos equipamentos dos goleiros, medidas tidas como necessárias para aumentar a média de gols da liga. Mas a explicação para a queda desta média pode ser a redução no número de gols marcados em vantagem numérica, em consequência da maior complacência dos árbitros, que apitam menos penalidades. Em 2005-06, primeiro ano pós-locaute, aconteciam quase 12 oportunidades de vantagem numérica por partida, enquanto na temporada atual a média está pouco acima de nove. Os gols marcados também sofreram uma queda brusca, de mais de dois por partida para pouco mais de 1,6. Enquanto o número de vantagens numéricas sofre acentuado declínio, beirando os padrões pré-locaute, o aproveitamento das equipes especiais sobe consideravelmente, aproximando-se dos 18%. Desde o advento do formato com 30 times, esse seria o maior percentual já registrado. A justificativa para o maior aproveitamento também está ligada aos árbitros, que agora marcam mais penalidades de 5-contra-3 e na prorrogação. A média de gols da atual temporada é de 5,4, contra 5,1 do último ano anterior ao locaute (2003-04). Dessa diferença, 0,23 veio das vantagens numéricas. Conclusão: as penalidades estão desaparecendo e com elas também os gols.
Mais um mês de temporada e mais um anúncio da liga sobre recorde de público: "o maior público do mês de novembro em toda a história". Com 30% da temporada disputados, apenas dez equipes levaram, em média, mais torcedores às arenas que na temporada passada. Destaque absoluto para o St. Louis Blues, que saltou de 12.520 para 17.560 torcedores, aumento de 24%. New Jersey Devils e New York Islanders completam o pódio, com, respectivamente, 901 e 841 torcedores a mais por partida. Na ponta de baixo, Columbus Blue Jackets e Detroit Red Wings sofrem com a redução drástica de mais de dois mil espectadores por jogo. Também são dez as equipes que atingiram 100% ou mais da capacidade de suas arenas, incluindo cinco dos seis canadenses (exceto Edmonton). No geral, a média de público presente é menor que na temporada passada em 162 unidades.
Martin Brodeur, destaque da edição 172 de TheSlot.com.br, já reservou duas capas da revista para a próxima temporada: a primeira para quando quebrar o recorde de 551 vitórias de Patrick Roy e a segunda ao ultrapassar os 103 shutouts de Terry Sawchuk. Na sexta-feira, ao sair invicto do confronto contra os Canadiens, Brodeur conquistou o 116.º shutout de sua carreira, somando 94 em temporada regular e 22 nos playoffs, tornando-se o maior no quesito. Sawchuk, até então, era o recordista geral, com 115, e ainda detém a marca absoluta em temporada regular, 103. Para efeito de comparação, Roy registrou "apenas" 89 shutouts (66 + 23) em sua carreira. O "rei dos goleiros" preserva o recorde de vitórias, 551, mas não por muito tempo: Brodeur tem 506 e deve terminar a temporada por volta das 530 vitórias, além de 98 shutouts, segundo as projeções atuais. Em 2008-09 teremos dupla contagem regressiva para o goleiro dos Devils: cerca de 22 vitórias e seis shutouts para os recordes absolutos.

O nosso canto para vídeos nunca se pareceu tanto quanto um corner, no conceito dos ringues de luta. Pela quinta vez nesta temporada um jogador dos Flyers foi suspenso por agredir com força desproporcional um adversário. Vamos à coletânea. Primeiro, Steve Downey pegou 20 jogos por acertar a cabeça de Dean McAmmond. Ficou claro que o alvo era a cabeça quando Jesse Boulerice nocauteou Ryan Kessler fora da jogada com seu taco, ato imperdoável e punido com 25 jogos. O terceiro da lista foi Randy Jones, que acertou Patrice Bergeron pelas costas e foi convidado a se afastar por dois jogos. Até este ponto havia um vídeo compilando as três agressões, entitulado "Flyer Armageddon", anunciando o fim do universo (!). Desde então mais dois Flyers foram suspensos: Scott Hartnell (dois jogos), por atingir a cabeça de Andrew Alberts enquanto esse estava de joelhos, e Randy Jones (três jogos), também por alvejar a cabeça de Matt Niskanen. Talvez até o fim do universo a NHL tome alguma providência contra os trancos na cabeça e a violência excessiva dos Flyers nesta temporada. As Seis Estrelas Canadenses: quem são? Não, não estamos falando de Celine Dion, Brian Adams, Jim Carrey, Pamela Anderson, Avril Lavigne e Tiffany Towers. Todo mês a TSN.ca, filial canadense da ESPN e canal responsável pelas melhores transmissões de hóquei da atualidade, elege o Canadian Six-Pack, um ranking com o desempenho dos clubes canadenses na NHL. Em novembro o Vancouver Canucks puxou a fila, com o destaque, óbvio, para Roberto Luongo. O goleiro disputou 13 partidas em novembro e venceu nove, somando 20 pontos no ranking da TSN. O segundo lugar foi para o Ottawa Senators, liderado por Daniel Alfredsson, também com 13 jogos e 15 pontos na contagem do canal. Em seguida vieram os Canadiens, destacando Alexei Kovalev e sua boa temporada, os Oilers, com os méritos de Shawn Horcoff, os Maple Leafs, onde Mats Sundin consegue se superar no calvário da franquia, e, por fim, o Calgary Flames, em campanha patética onde Jarome Iginla se sobressai.

• Capa
• Editorial
• Prorrogação
• Nas costas
• Promessa no gelo, problema na vida
• Senators sem apoio
• Tobias Enstrom joga como veterano
• Um Lemieux interrompido
• Vermelho-sangue
• Intriga internacional

J. P. Moczulski/AP Quando vi esta foto, me lembrei da abertura do saudoso NHL Power Week, "com narração de André José Adler". Então vamos lá: está no ar "Prorrogação!"... é, não rolou. (01/12/2007)

Bruce Bennett/Getty Images Ilya Kovalchuk, para o quadro "Aprenda com os profissionais". (02/12/2007)

Bruce Bennett/Getty Images Qualquer semelhança entre esta imagem e a anterior terá sido mera coincidência... ou não? (02/12/2007)

Bruce Bennett/Getty Images Este fotógrafo é um fanfarrão! Domina nossas páginas a cada semana. E só ele registra momentos como esse, em que Chris Campoli, do NY Islanders, se prepara para dar um susto em Petteri Nokelainen. (03/12/2007)

Mary Altaffer/AP Que bonito, que alegria, que beleeeza! Este é o hóquei no gelo que nós gostamos! Sai daí, juiz! (03/12/2007)

Ian Barrett/AP Seguuura, Budaj! O goleiro eslovaco se estica todo para evitar o escanteio. (30/11/2007)

Gene J. Puskar/AP Tenho certeza que você já ouviu a expressão "carregar o time nas costas". Ilya Bryzgalov andou levando isso muito a sério. (3/12/2007)

Ryan Remiorz/AP As novas contratações de Detroit Red Wings e Montreal Canadiens para o restante da temporada: Gordie Howe e Jean Beliveau. Vamos lá, eles não são tão mais velhos assim que Chris Chelios. (04/12/2007)