Por: Marcelo Constantino

Era o evento da semana: o reencontro (chamar de "revanche" é falsa propaganda) entre os finalistas das duas últimas Copas Stanley. Pittsburgh Penguins e Detroit Red Wings jogaram no último domingo em Pittsburgh e o atual campeão prevaleceu no jogo e no placar. Mas a vitória veio somente na disputa de pênaltis, porque no tempo normal ficou tudo por 1-1.

Os dois times reencontraram-se em situações diversas. Os Pens fazem uma temporada dentro do esperado e seguem como o time a ser batido nos playoffs, embora não liderem a Conferência Leste. Os Wings lutam penosamente para chegar e ficar entre os oito primeiros colocados dos playoffs, numa situação inédita para quem começou a acompanhar a NHL há, digamos, 15 anos. E, paradoxalmente, uma situação parecida com a que os Penguins viviam há exato um ano.

O reencontro dos dois grandes da NHL foi um belo jogo, apensar do baixo placar. Jogo de emoções, relativamente corrido e com boas chances de gol. Mas o empate talvez mascare a situação predominante no jogo: Penguins atacando e Wings defendendo. Ainda assim, o placar só foi aberto no segundo período, com Sidney Crosby.

No terceiro período Brad Stuart, estranhamente desmarcado, teve tempo de dominar, mirar e disparar de longe o disco que seria o de empate da partida (posteriormente verificou-se que o disco fora levemente desviado por Dan Cleary).

Momentos antes, Valteri Filppula teve a chance de empatar, com o disco no taco, goleiro deslocado e a rede vazia à sua frente, mas o finlandês conseguiu mandar o disco para fora. O mesmo Filppula teve uma chance de ouro na prorrogação, num breakaway, mas novamente sequer conseguiu disparar a gol.

A partir do empate, o jogo tornou-se praticamente um exercício de ataque (dos Pens) contra defesa (dos Wings). Ressalte-se que, apesar de os méritos de Jimmy Howard — de longe o grande destaque do time, e o maior responsável pelo ponto obtido —, a defesa dos ex-campeões saiu-se bem. É dado que o Pittsburgh é mais time que o Detroit (qualquer dúvida, veja a tabela de classificação), mas no domingo os Wings conseguiram se salvar frente ao poderio de Crosby, Malkin & cia.

Se nas finais do ano passado já ficara latente a diferença entre os duos de cada time (Sidney Crosby e Evgeni Malkin x Pavel Datsyuk e Henrik Zetterberg), na partida do reencontro, essa diferença foi ainda maior, até porque as estrelas vivem momentos atrelados aos momentos de seus times. É verdade que Datsyuk e Zetterberg são defensivamente superiores a Crosby e Malkin. Entretanto, ofensivamente o desequilíbrio muda bruscamente de lado. No jogo de domingo, esse desequilíbrio ficou ainda mais latente.

Sobre as trocas bombásticas da semana
Se eu tenho um defensor como Dion Phaneuf no meu time, só o negocio se ele pedir para sair. Ainda assim, jamais trocaria por um pacote de talentos diluídos, como fez o Calgary Flames. Aqui o Toronto Maple Leafs levou a melhor, de longe.

O mesmo Calgary fez bom negócio dias depois, livrando-se do sobrevalorizado Olli Jokinen, graças ao New York Rangers. A verdade é que o finlandês nunca foi lá muito cotado, mas seu valor disparou no último dia-limite de trocas, em que simplesmente não havia nada melhor disponível. Chris Higgins e Ales Kotalik por ele foi excelente negócio para os Flames. Ok, alguém haverá de lembrar que os dois também são gordas decepções nos Rangers, o que é verdade. Porém, considerando que Jokinen certamente sairia por nada ao fim do contrato (no fim desta temporada), ao menos o Calgary conseguiu alguma coisa por ele.

Os Leafs também trouxeram o ex-MVP Jean Sebastien Giguere, mandando Vesa Toskala e Jason Blake por ele. Aqui eu entendo que houve relativo equilíbrio. Era desesperadora a necessidade de o Anaheim Ducks livrar-se de Giguere (salário pesado e há tempos com atuações irregulares, tendo tornado-se goleiro reserva do time). E o time ainda conseguiu Jason Blake, um bom atacante que pode reviver alguns dos seus melhores momentos, e Vesa Toskala, goleiro que pode inclusive fazer frente a Jonas Hiller. São incógnitas, é verdade, mas a expectativa era de que time algum se disporia a arcar com o gordo contrato de Giguere, quanto mais dar alguma coisa em troca por ele. Os Leafs se dispuseram. E pode até dar certo para o time canadense, se Giguere recuperar a confiança perdida. Pode vir a ser uma bela troca para ambos.

Justin K. Aller/Getty Images
Depois de marcar no tempo normal, Sidney Crosby marca também na disputa de pênaltis, ajudando na vitória dos Penguins sobre os Red Wings.
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Página publicada em 3 de fevereiro de 2010.