Por: Alexandre Giesbrecht

A primeira impressão de quem olha para a tabela de classificação de qualquer uma das duas conferências da NHL é de que as vagas para os playoffs já estão praticamente definidas. A primeira impressão de quem lê um daqueles sites que listam as chances de todos os times é de que as vagas para os playoffs já estão totalmente definidas. Já a primeira impressão de quem simplesmente acompanha essa briga é de que tudo pode acontecer, para ficar em um clichê esportivo.

No meu texto da semana passada escrevi que as chances dos Flames eram minúsculas no Oeste. Em uma semana elas são um pouquinho maiores, especialmente após a vitória de quarta-feira sobre os Coyotes, embora ainda longe de poderem ser consideradas boas. Isso graças ao Avalanche, que vem de três derrotas seguidas no tempo normal e viu a diferença entre os dois times cair para dois pontos, embora tenha um jogo a menos. E com um Avs x Flames por vir nesta sexta-feira, parece que a emoção está de volta ao Oeste, possivelmente para ficar — até o fim da temporada regular e depois, claro, seguindo pelos playoffs. Dá até vontade de esperar por esse jogo para escrever esta coluna, mas já vimos saindo atrasados ultimamente, e atrasar ainda mais não é uma opção.

A briga no Leste, que também já pareceu mais definida, também está pegando fogo, e mais times estão envolvidos. Embora os Hurricanes insistam que ainda têm alguma chance, seria preciso que um daqueles buracos negros do CERN surgisse e engolisse três dos times atualmente à frente do time de Raleigh para que eles alcançassem a pós-temporada. Mas dos Rangers para cima todos têm chances. É óbvio que os três times que atualmente estão no G-8 e ainda não garantiram matematicamente a vaga levam vantagem nos prognósticos (Flyers, em sexto, Bruins, em sétimo, e Canadiens, em oitavo; os Senators não têm a vaga matematicamente, mas é mais fácil os Canes entrarem do que os Sens caírem fora), com mais de 80% de probabilidade de classificação, mas, para se ter uma ideia, a derrota dos Habs para os Hurricanes em casa na quarta-feira fez com que os canadenses perdessem mais de nove pontos percentuais.

É bem possível que, assim como no ano passado, cheguemos ao último dia da temporada regular com tudo definido, mas certamente é mais emocionante ver uma briga de foice até o último segundo. Algo como um "jogo 7 de temporada regular". Algo que, aliás, não serve só para rechear o bolso de cardiologistas, mas também para dar algum embalo ao sétimo e ao oitavo colocados, diminuindo, assim, a probabilidade de derrota para os favoritos da conferência, ainda que apenas um tantinho.

Essa é a maravilha do hóquei, que permite que times entrem em "modo de playoffs" antes da hora e ajuda a explicar, por exemplo, como os Oilers quase levaram o título em 2006 depois de ficar na oitava posição do Oeste. Peguemos como exemplo atual os Thrashers, aquele mesmo time que enquanto escrevo estas linhas tem 14,4% de chances de classificação. Nesta quinta-feira eles enfrentariam os Capitals, já garantidos como primeiros do Leste e prováveis vencedores do Troféu dos Presidentes. Se o time de Atlanta perder, verá sua probabilidade de disputar a pós-temporada diminuir radicalmente. Se ganhar, talvez não tenha uma mudança tão radical nesse número, mas, por outro lado, terá seu embalo aumentado, o que pode vir a ajudá-los em um eventual confronto na primeira fase com os mesmos Caps.

Ou não.

Alexandre Giesbrecht, 33 anos, oferece um brinde de Bohemia Weiss em homenagem a Armando Nogueira.
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Página publicada em 1.º de abril de 2010.