Por: Igor Veiga

Faltam apenas cinco jogos para o fim da temporada do Montreal Canadiens e, até aqui, ninguém dá como certa a classificação dos maiores campeões da NHL para os playoffs. Inconsistência, drama, falta de sorte, lágrimas... Tudo misturado com uma boa dose de tradição, esforço e talento. Esse é o cenário atual da franquia de Quebec, que, depois de alguns surtos de "time grande", voltou a ocupar a oitava posição de sua conferência e segue ameaçada por Thrashers e Rangers.

O problema do gol, uma das maiores preocupações do time há muito tempo, às vezes parece estar parcialmente resolvido quando assistimos às grandes atuações do eslovaco Jaroslav Halak. O camisa 41 dos Habs vem fazendo sua melhor temporada no clube desde de sua chegada, em 2006-07. Com 24 vitórias nas 40 partidas que fez até aqui e uma boa média de apenas 2,43 gols sofridos por partida, Halak é atualmente um dos principais nomes do time, ganhando não só mais respeito de seus companheiros como também de seus adversários. E o que há um tempo era dúvida, agora é fato: é ele o titular do gol dos Habs! Chupa, Price! Numa (tosca, eu sei) comparação com o filme "Cidade de Deus", sua frase na temporada seria: "Dadinho é car#@&alho! Meu nomé é Halak, por@##ra!"

Enquanto isso, seu companheiro de posição e, até pouco tempo atrás, titular e xodó da torcida Carey Price parece estar afundando cada vez mais em sua fama. Sucesso, mulheres e baladas [Fonte: Blog Canadiens Brasil] parecem ter subido mesmo à cabeça do moleque. O cara saiu de uma posição de futura promessa do time, aquele que levaria os Habs novamente ao topo da liga, para ficar ali no ostracismo do banco de reservas. Acho que em tempos recentes nem o mito Georges Laraque esquentou tanto o banco como Carey Price, que das 14 partidas que fez este ano só ganhou três! Nem Laraque era tão ridículo! Para piorar, até mesmo nas partidas em que vai bem e coloca em prática suas belas defesas com a luva, Price acaba saindo do gelo com a derrota! Fosse jogador de futebol, a solução seria fácil: voltar ao Brasil, jogar pelo Flamengo e freqüentar o baile funk da Chatuba com Adriano e cia.

Saindo do gol e indo para o ataque, uma das supresas deste ano, e que recebeu severas críticas em minha última coluna sobre os Canadiens nesta revista, tem sido Scott Gomez. O cara parece que colocou a tal coluna no Google Translator e tomou vergonha na cara. Ao lado de Brian Gionta e da surpresa Benoit Pouliot, Gomez vem participando de uma das linhas mais produtivas do ataque do tricolor canadense, e já ocupa atualmente a vice-liderança da equipe em número de pontos, com 56 (12 gols e 44 assistências). Prova de sua melhora: das 26 partidas que fez em 2010, em apenas nove ele deixou de pontuar. O nanico finalmente virou gigante!

Michael Cammalleri, o artilheiro do time, com 26 gols, voltou ao gelo depois de ficar mais de um mês afastado devido a uma contusão. Sua reestreia foi no último dia 24, diante dos Sabres. De lá par cá, foram quatro partidas, com dois pontos marcados no total. Enquanto isso, o mito da temporada Tomas Plekanec, chegou a dar um susto na torcida durante sua fase pré e pós-olímpica, quando não produziu nada para o time, mas logo deixou a má fase para trás. Ele continua jogando com muita regularidade, marcando suas assistências ali, uns golzinhos aqui, e o time agradece.

E se há um cara que merece todas as honras, esse é o bielorrusso Andrei Kostitsyn. Depois de ter ficado de fora dos Jogos de Vancouver devido a uma lesão que o manteve afastado do time desde o primeiro dia deste ano, o ponta-esquerda vem se destacando nas primeiras linhas de ataque, sempre ajudando o time com sua boa movimentação no gelo e habilidade com o taco. Seu irmão, “Sergei, O Mafioso", também chegou a dar surtos do talentoso garoto que foi nas últimas duas temporadas, mas não foi muito além disso. Antes de fechar o assunto sobre os atacantes, faço questão de colocar na lista dos destaques o central Glen "Kojak" Metropolit, que com sua disposição e vontade de jogo, vem agradando e muito à torcida e ao comandante Jacques Martin.

A defesa realmente é um problema. Só de começar a pensar em escrever sobre os caras, a gastrite ataca. Um dos poucos que se salvam, Marc-Andre Bergeron, também entrou na faca no início de fevereiro e só agora voltou ao time. E ele já vem mostrando sua utilidade à equipe, principalmente a de vantagem numérica, até porque foi através desse expediente que ele marcou os seus dois pontos desde o seu retorno ao gelo, em 24 de março. O russo Andrei Markov dispensa comentários. Sua liderança e talento são até hoje a salvação da nossa linha azul. Justiça seja feita, Roman Hamrlik também consegue se safar.

De Paul Mara e Hal Gill, o que sei é que são defensores... até tenho minhas dúvidas, mas pelo menos é isso que está escrito sobre eles no site da NHL. Tudo bem, Mara tem lá os seus méritos. O cara jogou muito há uns cinco anos, quando vestia o uniforme dos Coyotes. Gill, porém, nunca foi nada, e continua a ser aquele bom e velho saco de batata de patins (adjetivo usado por meu colega Bruno Sader numa dessas edições da Rádio Habitant para descrever o defensor). Mas o que eu sempre me pergunto é: o que é Ryan O'Byrne? A "fumaça negra" da ilha de Lost, uma nova marca de sabão em pó, ou um craque da WHL? Porque na NHL eu ainda não o vi jogar...

Mas vamos que vamos, minha gente! São poucos jogos pela frente e a meta é tentar fugir dos Capitals e dos Penguins na primeira rodada dos playoffs. Mas, uma vez classificados, o que fazer? Talvez uma seção de hipnose que faça toda a equipe dos Habs achar que são jogadores dos Coyotes ajude...

Igor Veiga é torcedor dos Habs e agora também acompanha o blog Terra dos Coyotes.
Ryan Remiorz/AP
Eficiência em conjunto: Gomez (91), Bergeron, e Markov (79).
(31/03/2010)

Ryan Remiorz/AP
Afunda, Carey Price!
(31/03/2010)

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Página publicada em 1º de abril de 2010.