Por: Thiago Leal

Não é a volta da música funk ou da discoteca, uma terceira continuação de Os Embalos de Sábado a Noite ou um novo ataque do punk três-acordes britânico. Mas ver Montreal Canadiens e Philadelphia Flyers fortes, como nos anos 70, é um enorme prazer para qualquer fã de hóquei no gelo.

O mais surpreendente desse clássico confronto é que os Flyers superam em muito os Canadiens e, com um Daniel Brière determinado a conquistar o Troféu Conn Smythe, assumem a liderença da série e podem fechar o confronto já no próximo jogo, a ser disputado em Montreal. Para quem assistiu aos jogos entre Flyers e Capitals, na série de quartas-de-final, os 3-1 da franquia da Pensilvânia sobre os rivais canadenses não chegam a ser surpreendentes.

Na verdade, a série já deveria até ter sido fechada com uma varrida por parte dos Flyers. O Phladelphia foi melhor no jogo 1, único vencido pelos Habs até aqui. Derian Hatcher desarmou um ataque morno dos Canadiens para ligar Randy Jones, que, sempre pelas laterais, assistiu R.J. Umberger, para marcar o primeiro gol da partida. Também não adiantou todo o time azul-branco-vermelho descer todo para proteger seu gol. Patrick Thoresen, Steve Downie e Jim Dowd tiveram frieza suficiente para ampliar o marcador com a mesma facilidade que marcaram seus gols contra os Capitals. Martin Biron esteve ótimo, defendento um tiro livre cobrado por Andrei Kostitsyn com tanta facilidade que assustou.

O bielo-russo se redimiu pouco depois, recebendo assistência de seu irmão mais novo, Sergei, e diminuiu o placar, iniciando a reação tricolor. Mas os Flyers seguiam melhor, intimidando o Canadiens na sua zona defensiva e davam a impressão que poderiam abrir a série com uma bela vitória. Os Habs tiveram um alívio após um discutível empate conquistado por Alexei Kovalev.

Com um gol de Joffrey Lupul, num estilo que tem sido bem comum aos Flyers nessa pós-temporada, bem parcido com o segundo gol do jogo, o Philadelphia tornou a liderar o confronto. Dava toda a impressão que os visitantes venceriam, principalmente por seu trabalho limpo e consistente na defesa. A sorte dos Canadiens foi que Kovalev achou um gol de empate após face off vencido por Saku Koivu, quando os Flyers eram novamente bem superiores.

Tom Kostopoulos marcou o gol da vitória no início da prorrogação e deu a vitória ao Montreal.

Mas a impressão que ficou é que o Philadelphia foi superior no confronto e que poderia dar trabalho na série a um favorito que liderou a Conferência Leste de forma incontestável.

Impressão confirmada nos demais jogos realizados até aqui. Umberger, Dowd, Lupul foram destaques do jogo 2. E eles voltaram a aparecer. A dupla infernal Daniel Brière e Vaclav Prospal foram responsáveis pelo terceiro gol dos Flyers, quando já venciam o jogo por 2-1 — Umberger e Jeff Carter marcaram pelo Philadelphia, Koivu diminuiu para os Canadiens, todos no primeiro período. A segunda partida da série mostrou aos Canadiens o que os Capitals já experimentaram e o que eles próprios já deveriam ter constatado no jogo 1: enfrentar os Flyers está muito difícil. O time não oferece tantos espaços, como oferecem os Canadiens, os Sharks, e ofereciam os Capitals, os Ducks ou o Wild, todos devidamente eliminados.

Com a vitória por 4-2 no segundo confronto, os Flyers levaram uma série empatada para casa.

Talvez o jogo 3 tenha sido o melhor por parte dos Canadiens até aqui. Pelo menos foi o único onde os Habs conseguiram superar em alguns instantes o estilo Flyers de jogar — quem sabe tivessem vencido, se Koivu não tivesse perdido um gol feito no primeiro período, onde, cara-a-cara com Biron, viu o goleiro fechar completamente seu ângulo e anular suas possibilidades de marcar. O jogo ainda estava 0-0. Em seguida foi a vez dos Flyers perderam um gol — no caso, o disco entrou, mas o gol foi anulado e o primeiro período terminou em branco. Biron teve todo o trabalho nesta etapa inicial e vem sendo o melhor goleiro dessa pós-temporada, sem sombra de dúvida.

Mas aí veio o segundo período. O melhor nome dos Flyers no rinque, Mike Richards, marcou em desvantagem numérica quando o time já vencia por 1-0, gol de Scottie Upshall. Umberger marcou o terceiro. Os Canadiens, ironicamente, quando foram melhores na série, caíram de forma que não conseguiriam se recuperar. Ainda acharam dois gols em vantagem numérica no terceiro período, mas era uma noite em que Biron não permitiria vitória canadense. Final, 3-2 para os Flyers e liderança do Philadelphia por 2-1.

Os craques dos Flyers acordaram definitivamente para o quarto jogo. Brière esteve infernal, assistiu Umberger para pôr os Philadelphia em vantagem logo no primeiro período. Em seguida foi a vez de Prospal achar Scott Hartnell para ampliar a vantagem do Philadelphia.

Tomas Pekanec e Koivu conseguiram o empate, mas em vantagem numérica Brière pôs seu time de volta na ponta, com assistência de Prospal e Mike Knuble. Umberger, o nome da série até aqui, definiu outra vitória impressionante.

O Philadelphia leva a série de volta a Montreal com uma liderança por 3-1. E não sei onde os Canadiens encontrarão espaço para superar os Flyers a esta altura.

Thiago Leal virou freqüentador assíduo do fórum Center Ice.
Jim McIsaac/Getty Images
Martin Biron, em excelente forma, vem defendendo até pênalti.
(30/04/2008)
Jim McIsaac/Getty Images
Richard Umberger Jr. vem sendo o melhor nome dos Flyers na série contra os Canadiens.
(30/04/2008)
Jim McIsaac/Getty Images
Jaroslav Halak não agüenta mais tomar gols e o torcedor dos Flyers lhe faz um favor, pedindo substituição. O próximo!
(30/04/2008)
Phillip MacCallum/Getty Images Tomas Plekanec tenta, nas pára na luva de Biron: tá difícil marcar aqui...
(26/04/2008)
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Página publicada em 30 de abril de 2008.