Por: Alessander Laurentino

Quem pensaria em janeiro de 2009 que o Vancouver Canucks chegaria aos playoffs, que conseguiria ter mando de gelo, conquistaria a divisão Noroeste e não dependeria exclusivamente de Roberto Luongo para vencer uma até então improvável caminhada nos playoffs?

Pois é, o mundo dá voltas, e os Canucks estão agradecendo que dessa vez a volta os favoreceu. De um time em queda livre os Canucks se transformaram em uma potência da Conferência Oeste, praticamente imbatível jogando em seus domínios e um visitante nada agradável quando joga fora de casa.

Na primeira partida da série, em Vancouver, os Canucks mostraram eficiência no ataque e qualidade na defesa, além das tradicionais defesas plásticas de Roberto Luongo, incluindo algumas durante uma desvantagem numérica de 5 a 3 quando os Blues poderiam ter decidido a partida a seu favor. Na verdade a vantagem numérica dos Blues, que era considerada um ponto forte da equipe na improvável jornada aos playoffs, não pareceu tão forte assim e os Canucks mataram 6 das 7 oportunidades que o time de St. Louis teve na partida.

Com gols de Daniel Sedin e Sami Salo os Canucks faturaram a primeira partida por 2 a 1 e abriram a série em vantagem, com a segunda partida também a ser disputada no Canadá, onde os Canucks registravam a incrível marca de 14 vitórias nas últimas 16 partidas disputadas no GM Place. Não parecia nada bom para os visitantes americanos.

E realmente não foi.

Com mais uma grande atuação de Luongo, que fez 30 defesas na partida, um grande esforço defensivo dos seus jogadores e também um pouco de sorte, os Canucks venceram os Blues no jogo 2 por inapeláveis 3 a 0, naquele que seria a primeira vitória por shutout de Roberto Luongo em playoffs.

Mats Sundin colocou os Canucks na frente e Luongo garantiu que eles permanecessem na frente até que Alex Burrows ampliou para 2 a 0 na partida e Henrik Sedin selou a vitória com um gol aproveitando a saída do goleiro dos Blues em troca de um atacante extra no final da partida. Com a importante vitória os Canucks ampliaram a sequência incrível de resultados em casa para 15 vitórias em 17 partidas.

A série foi então para St. Louis, nos Estados Unidos da América, onde os Blues esperavam recuperar um pouco do território perdido na série contra o forte e sólido time canadense.

De fato, a sorte parecia sorrir para os Blues quando eles conseguiram ficar na frente em uma partida pela primeira vez na série, aproveitando o gol marcado por David Backes no primeiro período Porém, o que era bom durou pouco e os Canucks empataram e viraram a partida com gols anotados em oportunidades de vantagem numérica. Primeiro foi Matthias Ohlund e três minutos depois foi a vez de Daniel Sedin.

Os Blues mostraram que ainda respiravam na partida quando Andy McDonald igualou o placar em 2 a 2 ainda no segundo período, renovando as esperanças da torcida dos Blues em novamente ter uma série para disputar. Mas os donos da casa não aprenderam nada com os dois gols sofridos na mesma partida em vantagem numérica e continuaram com a indisciplina e sendo punidos com penalidades. Os Canucks não perdoaram e voltaram a marcar em vantagem numérica, dessa vez com Steve Bernier, e retomaram a liderança para sempre na partida.

Sem conseguir para a vantagem numérica dos Canucks e sem conseguir aproveitar as próprias oportunidades, os Blues desperdiçaram 6 oportunidades de vantagem em casa e acabaram derrotados pela terceira vez seguida pelos agora visitantes. O pior não era perder em casa e depois de abrir o placar, mas sim estar agora no fundo do abismo criado pelas três derrotas consecutivas para os Canucks e que colocavam os adversários do Noroeste da NHL em franca vantagem na série com uma expressiva vantagem de 3 a 0.

A quarta partida era literalmente de vida ou morte para os Blues. Já para os Canucks era a oportunidade de fazer história. O time de Vancouver nunca tinha vencido uma série por 4 a 0 em seus 38 anos de história, e fazê-lo agora contra os Blues certamente garantiria um lugar na história da franquia para sempre, independente do que vier daqui para a frente nesses playoffs.

Os Canucks começaram a partida na frente, como foi a maior parte da série e com o gol de Wellwood abriram 1 a 0 ainda no começo do primeiro período. No segundo período Alex Burrows ampliou para 2 a 0 antes da metade da partida e deu a impressão que os Canucks passeariam rumo à classificação tranquila em St. Louis.

Mas foi só a impressão que ficou mesmo. Os Blues reagiram e desesperadamente tentavam dar o último rugido da fera acuada em seus próprios domínios. Brad Boyes diminuiu o prejuízo aos 13 minutos do segundo período e apenas 3 minutos depois a torcida comemorava o empate alcançado com o gol de David Perron. Os Blues estavam vivos, respirando por aparelhos, mas ainda vivos.

A partida acabou indo para o tempo extra e os Canucks mesmo sem Sami Salo e Mats Sundin conseguiram manejar as oportunidades de vantagem numérica do adversário, não sucumbindo à desvantagem no gelo nem ao cansaço. Aliás, o cansaço quase tira Roberto Luongo da partida. Ele teve até mesmo que receber hidratação endovenosa na noite.

Mas o preço pago foi justo e os Canucks não desperdiçaram a chance de fazer história, quando Alex Burrows marcou seu segundo gol na partida, faltando apenas 19 segundos para o final do primeiro tempo da prorrogação, no que parecia uma tacada de fácil defesa para o bom goleiros dos Blues. Quis o destino que ele não defendesse, e os Canucks varreram os Blues dos playoffs, com respeitáveis 4 vitórias e um time que mostrou acima de tudo um excelente conjunto nessa primeira fase.

Se eles chegarão muito longe nesses playoffs, só as próximas rodadas dirão, mas certamente agora eles são muito mais respeitados como time e, por que não, temidos pelos seus adversários.

Alessander Laurentino não pôde ver a última partida dos Canucks mas conseguiu ouvir parte do terceiro período e a prorrogação pela rádio TEAM 1040.
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Página publicada em 22 de abril de 2009.