Por: Daniel Novais

Quem esperava desse confronto uma série recheada de gols, jogadas plásticas e cheias de técnica, provavelmente está decepcionado. O que se vê até agora é um domínio de trancos — alguns um tanto quanto perigosos — força e, quando sobra tempo, um golzinho aqui ou ali.

Excetuando o exagero, a verdade é que o brilho da série não está nos habilidosos Crosby, Malkin, Heatley ou Spezza. Quem tem dominado a série são os jogadores dispostos a entrar de cabeça, sangrar, se machucar — ou seja, pagar o preço para atingir o prêmio maior.

Nesse quesito, nota-se claramente quem se destaca na série. Os principais nomes pelo lado dos Penguins são Roberts (que os Senators ainda devem sofrer cada vez que pensam que deixaram ele ir a preço de banana para Pittsburgh, enquanto gastaram uma escolha de segunda rodada com um jogador que foi colocado como reserva até a contusão de Patrick Eaves) e Staal (sinceramente, Malkin não pode ser melhor que esse garoto; meu favorito para calouro do ano). Já pelo lado dos Sens, Alfredsson (sim, aquele mesmo, sempre acusado de ser muito técnico, porém pouco afeito às batalhas físicas) e Comrie, antigamente considerado pequeno demais para atuar em playoffs. Até em briga ele já se meteu — e ganhou.

Outro ponto que confirma a predominância física da série é o pareamento das linhas dos Senators. Os defensores considerados mais técnicos de Ottawa — Redden e Meszaros — tem sido constantes alvos de críticas da imprensa local. Isso porque ambos, pouco afeitos aos trancos, tem sido amplamente dominados pela agressiva linha composta por Armstrong, Roberts e Staal. O gol marcado por Staal no último jogo foi clara manifestação disso.

Já Phillips e Volchenkov, considerados defensores pouco apegados a passar da sua linha azul, têm atuado constantemente por mais de 20 minutos por jogo frequentemente, sendo responsáveis por limitar as chances de Crosby e seus companheiros — foram bem sucedidos em três dos quatro jogos.

Notas:

- Para dizer a verdade, o sucesso foi por três jogos e dois terços do outro. Os Penguins só manifestaram um domínio na série durante o terceiro período do segundo jogo, quando curiosamente o gol da vitória ocorreu após Orpik quebrar o taco de Alfredsson em um breakaway, não sendo marcada a penalidade. No prosseguimento do lance, os Penguins marcaram no contra-ataque.

- Porém, erros de arbitragem por erros de arbitragem, o placar está em 1-1. Na primeira partida, no início do terceiro período, Crosby marcou um gol de pé que cortaria o déficit dos Penguins para apenas um gol. Os juízes consideravam que o toque do disco no pé de "Sid The Kid" teria sido, na realidade, um chute. Precisam assistir mais futebol para aprender um pouco de chutes. No máximo, poderia ser marcada uma interferência contra o goleiro.

- Emery e Fleury estão travando uma batalha para ver quem se sai menos pior frente ao arsenal de fogo adversário. Fleury entregou o jogo 1, Emery esteve longe de espetacular no segundo. Fleury foi um dos poucos a se salvar na derrota do jogo 3, enquanto Emery foi o principal motivo da vitória dos Sens no jogo 4. Quem se destacará dessa vez?

- Após o tranco "um pouco mais forte do que deveria ser" (de acordo com Chril Neil, autor de tranco semelhante em Chris Drury na temporada regular), Colby Armstrong, autor do tranco, fez questão de ligar para Patrick Eaves (o outro protagonista do tranco). "Isso mostra muito sobre sua personalidade" fez questão de frisar Eaves. Colby foi colega de AHL do irmão de Patrick, Ben Eaves.

Daniel Novais espera que o Ottawa Senators encerre a série contra os Penguins na quinta-feira.
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Página publicada em 18 de abril de 2007.