Rangers x Thrashers: Nylander, Jagr, Avery e Lundqvist ditam a série

No começo, estava bem equilibrado. Os dois primeiros jogos, apenas um gol de diferença e até que as duas equipes se emparelhavam. Hoje (quarta-feira, dia de publicação da edição), os Rangers encaram os Thrashers pela quarta vez e parece que mesmo com uma vitória dos estreantes em playoffs em pleno Madison Square Garden o Atlanta pode mudar o resultado final. Os Rangers trouxeram a boa campanha que lhes renderam o sexto lugar na conferência e nada parece poder pará-los agora.

Um pouco sobre cada jogo

Jogo 1: 12 de abril - Rangers 4 x 3 Thrashers

Jogando pela primeira vez em uma pós-temporada e diante de sua torcida, os Thrashers esperavam que a conquista da Divisão Sudeste e o mando de jogo os ajudasse a estrear com o pé direito. Mas, quem começou pra valer foram os Rangers, que abriram o placar com o criticado capitão Jaromir Jagr, com assistências de Michael Nylander e Fedor Tyutin. Ele, que foi achincalhado pela torcida porque em determinada parte da temporada havia decidido não cobrar penalidades, abriu o placar para a equipe novaiorquina no primeiro período e ainda deu uma assistência para o gol de Michal Roszival. E depois disso, os Rangers não mais deram chances aos Thrashers, ainda que a equipe de Atlanta tenha diminuído ainda no primeiro período, com Eric Belanger. Infelizmente para a torcida, gol de Hossa, no segundo período. Mas não do Hossa mais iluste, Marian, e sim, Marcel. Haveria um desconto com o gol de Shane Hnidy, mas Nylander ampliaria novamente a vantagem para dois gols. Terceiro e último período e Pascal Dupuis, que teve uma breve passagem pela equipe dos camisas azuis, descontou para os Thrashers. Pelo placar, poderia se dizer que foi um jogo parelho, mas não foi. Henrik Lundqvist não estava em uma de suas melhores noites, mas Kari Lehtonen estava ainda pior. O goleiro dos Rangers aceitou três gols em 24 chutes e seu rival quatro em 38. Fica claro o pleno domínio dos Rangers na partida. Eric Belanger fez uma declaração ao final do jogo que virou uma profecia: "Nós não podemos levar quatro gols jogando contra um goleiro como Lundqvist. Vai ser difícil de vencer". E ele estava certo, mesmo que o capitão Jagr tenha dito que não gosta de marcar o primeiro gol. Segundo ele, dá má sorte, já que ele marcou o primeiro gol dos Rangers na temporada e ele não teve o que se pode chamar de temporada fantástica, mesmo marcando 96 pontos.

Jogo 2: 14 de abril - Rangers 2 x 1 Thrashers

Os Thrashers vieram com duas mudanças para o jogo. A primeira, Johan Hedberg no gol, no lugar de Lehtonen. O veterano goleiro, o famoso Moose, lembram? Aquele que jogou pelos Penguins. A segunda mudança foi que a equipe resolveu perseguir... Sean Avery? Numa pesquista desta temporada, Avery foi considerado o jogador mais odiado e o mais sobrevalorizado da liga. Sobre ser o mais odiado, ele simplesmente disse: "Eu ficaria desapontado se eu não fosse o escolhido". Mas quanto a ser o mais sobrevalorizado, sua reação foi das mais engraçadas: "O quê? Você está brincando comigo. Eu nunca ouvi ninguém dizer que eu era bom". E é verdade. Ele realmente não é bom. É chato, é uma peste e claro, infernizou a vida dos jogadores de Atlanta desde o início. Mas no segundo jogo, ele foi o nome, além do goleiro Lundqvist. O primeiro, digamos, gol, foi dele. Ao tentar aliviar a pressão dos Thrashers, Avery avançou até o meio do gelo e disparou para que o disco ricocheteasse nas bordas. Hedberg estava saindo para buscar o disco, como qualquer goleiro faz. Mas de repente, o disco bateu em uma das divisões do rinque que seguram os vidros, bateu em seus patins e entrou. Gol que nem o próprio Avery viu, já que no momento do chute, ele estava levando um tranco. Ele apenas soube que foi gol porque viu seu companheiro Brendan Shanahan erguendo os braços. Era tudo que os Thrashers precisavam. E foram atrás do empate, conseguindo apenas no terceiro período, com finalmente um dos grandes jogadores marcando. Ilya Kovalchuk roubou um disco atrás do gol novaiorquino e mandou para Tkachuk. O matador correu para receber o disco e disparou, até derrubando a garrafa de água de Lundqvist em cima do gol. Com o jogo caminhando para o fim e com os Thrashers finalmente jogando decentemente, veio outro truque de Avery. Shanahan achou Avery no círculo e o central tinha a opção de passar para Martin Straka ou chutar. Ele simplesmente passou para Shanahan, olhando para Straka e o veterano não perdoou e marcou. É claro que Avery simplesmente irritou tanto os jogadores dos Thrashers que Kovalchuk foi tirar satisfação e deu um tranco não muito decente no jogador novaiorquino, faltando apenas três segundos pro jogo acabar. Chega a ser hilária a reação de Kovalchuk quando descobre que foi penalizado pelo tranco.

Jogo 3: 17 de abril - Thrashers 0 x 7 Rangers

Olha, eu queria falar mais sobre este jogo, mas o placar diz tudo. O que causa estranheza é por que Bob Hartley voltou com Lehtonen neste jogo, já que Hedberg teve uma ótima atuação, apesar daquele gol sinistro sofrido no jogo 2. Enfim, ele é o treinador. E deixou seu goleiro levar sete gols em 35 chutes. Quando perguntado porque não tirou o garoto, ele achou que queimaria o outro. Como assim? E deixar sua futura estrela se queimar? Isso não lembra quando Patrick Roy levou aqueles nove gols quando jogava em Montreal? Enfim, não vou realmente entrar em detalhes, porque foi um massacre. Lundqvist conseguiu seu primeiro shutout na carreira, Nylander conseguiu seu primeiro hat trick, Jagr teve quatro assistências, Ryan Callahan marcou dois, Avery e Tyutin tiveram duas assistências. Quem não se destacou? De repente, os Rangers, que foram varridos na temporada passada pelos Devils, tem chance de varrer hoje. Só um bônus. Os autores dos gols: Nylander (três), Callahan (dois), Malik e Shanahan (um).

O que esperar?

Talvez os Rangers não vençam hoje. Talvez o sucesso tenha subido à cabeça. Mas ao contrário da varrida sofrida pelos Devils, essa equipe tem duas linhas de bom nível. Uma com Hossa, Nylander e Jagr e outra com Shanahan, Straka e Avery. A defesa não tem nenhum grande nome, mas joga firme, com destaque para Tyutin na pós-temporada. E claro, no gol, o melhor goleiro que os Rangers tiveram desde Mike Richter. Ah, curiosidade: sabiam que ele foi escolhido com uma escolha de sétima rodada? Os Thrashers devem começar com Hedberg, já que o veterano jogou muito bem no jogo 2 e tem mais experiência. Mas o que falta mesmo para eles é uma atuação convincente de Hossa. Após marcar cem pontos durante a temporada regular, ele está apagadíssimo na série, com nenhum ponto e um mais/menos de -5. Duas coisas: ou ele quer que seu irmão brilhe pelos Rangers ou ainda acha que joga em Ottawa e está sofrendo do apagão que a equipe da capital canadense sempre sofre/sofria em pós-temporadas.

• Capa
• Editorial
• O que rola entre Canucks e Stars
• Habilidade suplantada pelo jogo físico
• A melhor das séries
• A série entre Rangers e Thrashers
• A hora da verdade
• Que Wings são esses?
• O Rei que nunca foi coroado
• Três por quatro
• Bom e velho Gary Roberts essencial na vitória no jogo 2
• McAmmond foi o "soco" de que os Senators precisavam