Por: Rory Boylen

Para muitos, o dia seguinte à mudança do calendário para 2009 significou o retorno à realidade e a hora de voltar ao trabalho.

Mas para os fãs de hóquei, a conclusão do Campeonato Mundial Júnior (CMJ) marca o início da celebrações de um tipo diferente de religião... e muito original.

Não foi surpresa ver o Canadá levar o ouro, e o fato do time ter jogado contra um elenco sueco pouco cotado para o recrutamento da NHL não virou a cabeça de ninguém. John Tavares foi o líder do torneio em gols, o que já era esperado, enquanto Nikita Filatov — que empatou com Tavares — mostrou a todos uma grande habilidade para um júnior, talvez já próxima do estilo da NHL.

Mas saindo um pouco dos holofotes e dos flashes das câmeras, aqui estão alguns jogadores das seleções medalhistas que mais chamaram a minha atenção no campeonato deste ano por jogarem muito bem, mesmo sem terem sido escolhidos para o time das estrelas do torneio.

Patrice Cormier, Central, Canadá
Ele tem o estilo de jogo que adoro; forte nos cantos, duro ao longo das bordas e sufocante em sua própria zona — basicamente, é um atacante implacável.

Cormier foi convocado para a seleção canadense com a ideia de ser a varinha mágica ao lado de Stefan Della Rovere. Com Della Rovere incapaz de segurar suas emoções nas horas dos trancos, e cometendo algumas penalidades por pura falta de descuido, Cormier ficou bem mais atento e responsável, mas mesmo assim não perdeu a intensidade de seu jogo.

Cormier não só foi uma fonte de intimidação como um fator-chave na campanha canadense.

Evander Kane, Central, Canadá
O que jogará esse rapaz quando souber superar sua pouca estatura (72kg e quilos e 1,55m)? Kane não será um atacante forte, mas sim, um jogador jogador explosivo da NHL. Ele tem ótima velocidade e não tem medo de partir em direção ao gol, mesmo quando uma verdadeira blitz está vindo ao seu encontro.

Ele tem tudo para subir no rankings dos juniores, e enquanto estiver crescendo e aprimorando seu jogo, seus números ofensivos continuarão a aumentar da forma que vêm aumentando na Western Hockey League. E falando de onde ele vem, o Vancouver Giants, do técnico Don Hay — este mesmo um técnico campeão do CMJ —, sabe muito bem como produzir jogadores para a NHL, o que deixa Kane cada vez mais próximo nos rankings de Jonathon Blum, que caiu como uma luva na seleção dos EUA.

Evgeny Grachev, Central, Rússia
Esse rapaz é grande, muito forte, e sabe usar tudo isso para tirar vantagem durante o jogo. Grachev parece um homem jogando entre garotos, e passou por cima de vários oponentes em sua trilha para anotar cinco pontos em sete partidas, com +3 no gelo.

Quando demonstrou o seu desejo de jogar na América do Norte, optando por deixar a Rússia em direção à Ontario Hockey League, o New York Rangers não perdeu tempo e o "amordaçou" no recrutamento de 2008.

Com certeza, o hóquei de Grachev ainda precisa receber um fino trato defensivo antes de ser considerado de primeiro nível, mas, uma vez que ele esteja pronto para a NHL, seu desenvolvimento precisará apenas ser bem acompanhado, o que seria feito por Stan Butler, em Brampton.

David Rundblad, Defensor, Suécia
Mesmo numa final muito complicada, Rundblad mostrou liderança ao não permitir que um taco quebrado na hora errada — que permitiu um gol de Angelo Esposito — tirasse seu foco da partida. Após o infeliz incidente, não demorou muito para que Rundblad levantasse a cabeça e criasse sua própria oportunidade de gol.

O recrutamento dificilmente dá destaque para os defensores, e Runblad é o segundo zagueiro sueco mais cotado para junho. Com as suspeitas de que Victor Hedman tenha jogado o CMJ lesionado, Rundblad tornou-se um líder no gelo para os mais novos, e certamente ficou mais próximo do mais bem cotado zagueiro sueco, Tim Erixon.

Rundblad também foi muito forte jogando ao longo das bordas, frequentemente deixando o disco limpo para os seus companheiros e descontentamento de seus oponentes. No ataque, ele fez parte da equipe de vantagem numérica ao lado de Hedman, jogando com muita inteligência, o que ajudou a manter a Suécia como favorita na cabeça de muitos.

Rory Boylen escreve regularmente para o site TheHockeyNews.com. O artigo original foi traduzido por Igor Veiga.
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Página publicada em 14 de janeiro de 2009.