A KHL está mesmo decidida a ser uma forte concorrente da NHL, como a saudosa WHA fez décadas atrás. E para isso, uniu o útil ao agradável no primeiro Jogo das Estrelas da sua história.

Vamos aos fatos: Jogo das Estrelas é um evento chatíssimo, conforme nós mesmos de TheSlot.com.br já fizemos questão de dizer diversas vezes. Evento meramente comemorativo, o tal jogo é uma diversão bem maior para os jogadores, que atuam sem compromisso, batem papo, mostram suas habilidades, que para os torcedores, que se remexem na arena, bocejando e querendo mais é que a partida acabe para ir para casa. Não fosse um evento com tantos craques juntos (onde mais poderíamos ver no mesmo time Vincent Lecavalier, Daniel Alfredsson e Ilya Kovalchuk?), certamente essa partida amistosa festiva teria público pífio.

Logo, as diversas ligas pelo mundo tentam inventar formas de tornar seus Jogos das Estrelas mais atrativos. Na Major League Baseball, por exemplo, o Jogo das Estrelas define o mando de campo na Série Mundial, a grande final do evento. Na National Football League, o evento é mais turístico, ocorrendo no Havaí ao final da temporada.

Se a NHL não faz um marketing dos melhores em torno do Jogo das Estrelas, tem um outro evento, cuja tendência é virar padrão, bem mais atrativo: o Clássico de Inverno. A boa idéia de jogos ao ar livre começou em 2003, com o chamado Heritage Classic (er... como traduziremos isso...? Talvez... Clássico dos Herdeiros?) entre Montreal Canadiens e Edmonton Oilers. Em 2008 veio o primeiro chamado Clássico de Inverno entre Pittsburgh Penguins e Buffalo Sabres. E esse tipo de programa é tão chamativo que vira notícia até no Brasil.

Foi aí que a KHL veio com uma iniciativa inteligente: se o Jogo das Estrelas, por si só, não é lá o evento mais interessante do mundo, vamos colocar um tempero: realizá-lo ao ar livre! Então, no dia 10 de janeiro, na Praça Vermelha de Moscou, aconteceu o primeiro Jogo das Estrelas da KHL, que também foi o primeiro jogo desta importante liga européia ao ar livre.

Quem estava disputando?
Diferentemente da NHL, a KHL resolveu não dividir seus times por conferências, até porque, oficialmente, não existem conferências. Ao invés disso, as equipes foram separadas segundo o seguinte padrão: Time Russo contra time Estrangeiro. E se na KHL, tudo tem nome de gente (a Copa é Gagarin; as Divisões são os ex-jogadores Bobrov, Tarasov, Kharlamov e Chernyshev), os times também foram nomeados a partir de duas ilustres personalidades do esporte: Time Jagr (estrangeiros) e Time Yashin (russos), homenagem a Jaromir Jagr e Alexei Yashin, que atuaram como capitães das equipes.

Os titulares foram votados no sítio oficial da KHL enquanto os reservas foram escolhidos por jornalistas. E só para você ter uma idéia de quem estava patinando na Praça Vermelha, pelo Time Jagr jogaram Jan Marek, Marcel Hossa, Magnus Johansson e Ray Emery; enquanto o Time Yashin tinha o ídolo máximo meu e de Eduardo Costa Aleksey Morozov, Alexander Radulov e Darius Kasparaitis.

Obviamente, tivemos também a competição de habilidades, com patinador mais rápido, competição de tiro, tiro a longa distância, controle de disco, pontaria, velocidade e competição para goleiros.

Diversos eventos foram realizados no dia do jogo, o que a Liga chamou de Dia do Hóquei. Tivemos partidas de masters e de crianças, com participação de Igor Larionov e Vladimir Malakhov, shows, amostras e diversas formas de divulgação do esporte para os russos e estrangeiros presentes.

O evento foi aberto a público e, para uma tardinha de inverno, um público bastante decepcionante compareceu à Praça: estima-se que 2500 pessoas assistiram ao evento. O Time Jagr venceu o Time Yashin por 7-6, mostrando que em qualquer lugar do mundo o Jogo das Estrelas tem placar elástico. O frio, obviamente bem maior na Rússia que em Chicago, atrapalhou um pouco. "Foi um jogo bom, mas frio de doer", comentou Emery. O ex-goleiro dos Senators aproveitou para fugir de uma polêmica pergunta comparando NHL com a KHL: "É diferente. Na Rússia, o rinque é maior e o jogo é menos físico". Hossa também reclamou do frio, embora tenha exaltado a partida: "Eu esperava um bom jogo, mas não um jogo espetacular! Mas o frio amargo o tornou muito difícil".

De qualquer forma, foi um evento interessante, que tende a melhorar caso a possível expansão da KHL seja confirmada. No presente momento o tcheco Energy Karlovy Vary e o russo Avtomobilist Ekaterinburg estão confirmados como franquias de expansão. Potencialmente, Kärpät (Finlândia); Sokil Kyiv (Ucrânia); Keramin Minsk e Junost Minsk (Bielo-Rússia); Färjestads e Frölunda Indians (Suécia); Eisbären Berlin e Kölner Haie (Alemanha); Red Bull Salzburg (Áustria); e Yugra Khanty-Mansiysk e Dmitrov (Rússia) podem engordar a Liga.

É importante para seu desenvolvimento que a KHL se espalhe pela Europa. Conseqüentemente, também para o Jogo das Estrelas. Já pensou, uma partida a céu aberto em Berlim? Seria ainda mais chamativo que em Moscou. Apenas comercialmente, diga-se de passagem.

Todos aqui sabem que sou totalmente partidário do hóquei europeu. Tenho uma camisa do CSKA Moscou em casa, vejo a União Soviética como a maior seleção de todos os tempos e a Summit Series como a maior série de jogos de hóquei já disputados. Definitivamente, se existe um lugar para o hóquei no gelo, esse lugar é Moscou.

E você, Jagr? O que acha?

"Que palavras eu posso dizer para lembrar desse jogo? Foi uma grande celebração do hóquei. Eu sonhava em jogar na Praça Vermelha e agora meu sonho se realizou".

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• Só faltou a neve caindo
• Drama, Tavares e dinastia
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• A troca que rendeu
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• Estrelas a céu aberto
• Porrada no hóquei!
• Steve Mason fazendo história
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