Então os Rangers enfrentam agora os Penguins, com a primeira partida na sexta-feira, em Pittsburgh. Sabemos que Jaromir Jagr será vaiado. Mas esta é a menor das preocupações dos Rangers nesta série.

Esta série será um longo teste de paciência para esses novos Rangers, que se comportaram com paciência e dignidade na última série. Eu sei que um certo goleiro dos Devils não pensa dessa forma, mas esqueça isso. Os Rangers sob o comando de Tom Renney aprenderam a atacar quando as oportunidades aparecem, mas sem criar pânico.

O talento dos Penguins é razão suficiente para os homens de defesa dos Rangers coçarem a cabeça, mas não é disso que pretendo tratar aqui realmente. Sidney Crosby e Evgeni Malkin são grandes talentos e com certeza terão suas chances para marcar seus pontos.

A questão a ser tratada aqui é sobre a entidade Crosby. Se os Rangers estavam convencidos que Marty Brodeur adorava cair quando eles passavam por sua área, estarão absolutamente certos que Crosby irá esbravejar aos árbitros toda vez que receber um "chega pra lá" ou outra jogada do tipo.

"Sid the Kid" é o melhor jogador da atualidade, mas, com apenas 20 anos de idade, ele está se tornando um mestre em reclamações e em cavar penalidades, seja mergulhando, seja reagindo contra jogadas mais ríspidas ou tacos voando perto de seu rosto. O que é uma pena, pois trata-se de um jogador muito forte, e que esbanja habilidade.

Os Rangers já viram algo do tipo nesta temporada — Crosby cavou várias penalidades durante a vitória dos Penguins por 3-1, em 30 de março —, mas esta série será um momento mais do que oportuno para Crosby colocar seu time em vantagem numérica quando puder.

Os Penguins não têm um elenco consistente em todas as linhas como têm os Rangers. Malkin também é um ponto forte do time de Pittsburgh, mas quando Crosby não está lá jogando ao seu lado, Malkin acaba murchando em algumas vezes. Voltemos ao dia 18 de março, quando Crosby ainda estava de fora: os Rangers envolveram Malkin e Marian Hossa e sairam do gelo com uma vitória por 5-2.

Os Penguins têm resistência de sobra, com o finlandês Jarkko Ruutu e o veterano Gary Roberts, que não perdeu tempo e deu sua opinião sobre a atitude de Sean Avery sobre Brodeur: "Ele é um idiota."

Jagr terá de enfrentar Hal Gill, ou Brooks Orpik.

Mas os Rangers conseguem um equilíbrio no quesito experiência, na defesa e no gol. Onde eles não levarão vantagem é nos olhos dos árbitros, que estarão atentos às catimbas de Avery e à saúde de Crosby.

Os Rangers têm em sua história uma pequena lição para se apoiar, além de uma bem recente. Após algumas marcações duvidosas durante a primeira partida contra os Devils, o GG Lou Lamoriello foi até o surpervisor dos árbitros, Terry Gregson, mostrando para ele que "não tinha nascido ontem". Concidência ou não, depois daquilo os Rangers garantiram a vitória nos dois primeiros jogos, perdendo sua única partida após a prorrogação, mesmo com as marcações dos árbitros parecendo tender para o lado de New Jersey.

A história de longa data não é tão boa. Os torcedores dos Rangers, que têm as lembranças ruins quase sempre acessíveis, podem se lembrar dos playoffs de 1992, quando Adam Graves acertou Mario Lemeiux como o taco durante o Jogo 2 da semifinal de conferência. Depois daquele lance, tudo começou a dar errado rapidamente para o time de Nova Iorque.

No Jogo 4, um chute de Ron Francis deu início à reação dos Pens, que perdiam por dois gols de diferença. Um pênalti convertido por Jagr impulsionou mais uma vitória do time de Pittsburgh no Jogo 5, agora no Garden. E no Jogo 6, em Pittsburgh, o time da casa acabou fechando a série.

Os Rangers eram provavelmente o melhor time há 16 anos, mas a jogada suja e intencional de Graves quebrou a mão de Lemieux e a conseqüência foi ver os Penguins seguindo adiante nos playoffs.

Esse exemplo é de uma era do hóquei que já está distante no tempo. Hoje, os Rangers terão que conter sua ansiedade e agüentar firme quando alguém espirrar perto de Crosby, pois ele vai cair e os árbitros automaticamente erguerão sua mão...

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