Depois de ter ficado fora dos playoffs da última temporada, o Vancouver Canucks promoveu uma verdadeira caça às bruxas. Mudou-se a gerência da franquia, vários jogadores de peso e com história dentro do time e por pouco o técnico Alain Vigneault não deu adeus também à Columbia Britânica, pelo menos em relação ao hóquei.

O novo gerente geral, um ex-agente de jogadores da NHL, prometeu um time forte e que os Canucks não ficarão de fora dos playoffs novamente esse ano. Uma promessa importante e que certamente será cobrada durante toda a temporada 2008-09 da liga de hóquei mais importante do mundo.

Após o até então fracasso na suposta negociação para levar o sueco Mats Sundin para o oeste do Canadá, os Canucks contam com um time renovado, muito jovem e com espaço para que novas estrelas possam aparecer. Tudo bem que algumas serão estrelas no máximo "regionais", mas certamente poderão ter seu brilho também.

O começo da caminhada para o retorno aos playoffs não poderia ter sido melhor. Os Canucks receberam os adversários de divisão Calgary Flames, em Vancouver, e aplicaram uma incontestável goleada de 6 a 0. Isso mesmo, caro leitor, foram inapeláveis seis gols a nada. Luongo foi perfeito na noite e registrou sua primeira vitória e shutout com 25 defesas.

Apenas quatro jogadores dos Canucks não registraram pontos na partida. Henrik Sedin abriu o placar e começou a festa de gols, ainda no primeiro período. No segundo tempo os Canucks voltaram a marcar, desta vez com gols de Steve Bernier, logo aos 23 segundos, fazendo seu primeiro gol como jogador de Vancouver, e em seguida com Alex Burrows, pouco mais de um minuto depois do golde Bernier.

No terceiro período os Canucks transformaram a vitória em goleada. Alex Burrows fez seu segundo gol na noite, depois foi a vez de Matthias Ohlund aproveitar vantagem numérica e Rick Rypien, dessa vez em desvantagem numérica. Destaque ainda para as três assistências de Daniel Sedin na partida.

Na sequência da temporada os Canucks foram a Calgary, enfrentar os Flames novamente na primeira série casa-e-casa da temporada para as franquias. Essa segunda partida foi bem mais disputada, com as duas equipes marcando gols e muita emoção pelos dois lados.

Os Canucks saíram na frente com um gol de Daniel Sedin antes dos três minutos, mas os Flames empataram menos de quatro segundos depois com Andre Roy. O ex-canuck Todd Bertuzzi deu a virada momentânea para os Flames e Rene Bourque fez 3 a 1 para os donos da casa. Naquele momento todos acreditavam que os Flames dariam o troco da partida anterior.

Mas os Canucks trataram de reagir. Rypien e Kesler empataram no segundo período em gols marcados num intervalo de apenas um minuto. Os Flames voltaram a liderar graças a Michael Cammalleri. Porém isso só durou até os seis minutos do terceiro período, quando Daniel Sedin empatou novamente a partida, dessa vez em 4 a 4.

Uma idéia de como é um jogo entre rivais como Canucks e Flames são as 18 penalidades registradas apenas nos dois primeiros períodos do jogo.

Com a partida empatada, a prorrogação foi inevitável. Para desgosto dos Flames e seus torcedores eles não conseguiram devolver sequer a derrota para os Canucks e acabaram tendo que se consolar com o pontinho no tempo regular, já que Pavol Demitra marcou seu primeiro gol na temporada justamente nessa prorrogação e deu a segunda vitória seguida sobre os Flames na temporada. Kiprusoff fez 29 defesas e Luongo fez 25 novamente.

Depois de duas vitórias os Canucks seguiram para uma longa jornada fora de casa e foram até a capital americana enfrentar o Washington Capitals. Eles até conseguiram impedir que Ovechkin brilhasse na noite, mas os Caps possuem um estoque de bons jogadores russos.

Os Caps limitaram os Canucks a apenas dez tacadas a gol em toda a partida. A primeira entrou, mas depois os Canucks se limitaram a tentar diminuir o estrago.

Alexander Semin abriu o placar para o time de Washington com menos de três minutos jogados na partida. Os Canucks empataram com Alexander Edler em vantagem numérica, dando a falsa impressão que os Canucks seriam páreos para o time da capital americana. Aos 16 minutos do primeiro período Mike Green deu a liderança novamente para os Caps, em vantagem numérica e a partir daí só deu Caps. Foram 35 tacadas a gol, 25 a mais que os visitantes na partida.

No segundo período, os Caps enterraram de vez as chances dos canadenses. Aos quatro minutos Milan Jurcina ampliou a vantagem dos donos da casa e apenas um minuto depois Alexander Semin voltou a marcar. Ainda no segundo tempo os Caps aproveitaram um pênalti e com Michael Nylander deram números finais a partida.

Roberto Luongo não retornou para o terceiro período e Curtis Sanford conseguiu defender as dez tacadas que enfrentou na noite. Os Canucks deram sete, mas não conseguiram diminuir o prejuízo no período final.

O Vancouver Canucks continua na estrada e na quinta-feira enfrenta nada menos que o atual campeão da Copa Stanley, o Detroit Red Wings na Joe Louis Arena. Depois do péssimo resultado em Washington os Canucks precisam avaliar a extensão do dano. Luongo não conseguia achar explicações para sua péssima atuação frente os Caps. Para o bem dos Canucks e de sua temporada é essencial que o acontecido contra os Capitals não se repita com freqüência ou, do contrário, os Canucks terão uma longa caminhada na temporada.

• Capa
• Editorial
• Faceoff
• Prorrogação
• Morte súbita
• O começo de uma caminhada
• O lado (ainda mais) humano do hóquei
• Uma pesada herança
• O adeus do hóquei a Cherepanov
• Sem Jagr, sem Straka, sem problemas
• Os melhores: Detroit Red Wings
• Quando a gerência destrói
• Vladimir Konstantinov
• Bobby Ryan pagou o pato
• A NHL pode estar sobre gelo fino
• Sobre a cobertura da NHL