Ottawa está lentamente se tornando Toronto, mas sem as Copas Stanley em preto e branco.
Além de estar perto de ser a única equipe varrida nessa primeira fase da pós-temporada, envergonharam a nação com o pré-jogo mais esdrúxulo e de sexualidade duvidosa da história da NHL. E a cidade que hospeda o time até ganhou um dublê de Don Cherry.
O show de horrores começa com o homem (?) do choro fácil, Bryan Murray, que acusou os Penguins de, propositalmente, perderem sua última partida da temporada regular, contra o Philadelphia Flyers, para forçar o encontro com os Senators.
Isso vindo de alguém que mal sabe arrumar a própria casa — sustentou a enganação John Paddock até o limite do possível — é espantoso. Se os Pens usaram o jogo contra os rivais estaduais para dar ritmo a Gary Roberts, se pouparam Sidney Crosby, se não se dedicaram como de praxe, isso diz respeito unicamente a equipe da cidade do aço. Eles fizeram um trabalho bom o suficiente para relaxar em seu último prélio antes dos playoffs.
Óbvio que Murray poderia usar a suposta "entregada" das aves antárticas para motivar seus comandados, mas isso deveria ter sido feito no vestiário do time. Ir à público reclamar da equipe de Michel Therrien pareceu um ato de desespero. Uma clara demonstração de medo. Além de irritar o adversário ao dizer que esse fugiu de uma série física contra os Flyers.
O Nashville Predators não se esforçou muito em sua última aparição na temporada regular. Perdeu para o Chicago Blackhawks, após uma seqüência de resultados positivos. Com isso, ao invés de pegar os algozes Sharks, foi emparelhado com o Detroit Red Wings, time que os Preds conhecem bem e possuem a confiança para batê-los ocasionalmente.
Alguém viu Mike Babcock chorando como um membro do Nx Zero (!) após perder o último episódio de Rebelde (!)? Alguém leu alguma crítica dele à postura do treinador Barry Trotz? Não. Nada. Murray além de perdedor nato, justifica, mais do que nunca, o apelido de Cryin Bryan.
Mas Murray não está só no corredor dos estúpidos da cidade. Conheçam Don Brennan, um colunista do Ottawa Sun, e uma espécie de Don Cherry da capital.
Brennan sugeriu que os Senators devessem testar a resistência do combalido tornozelo direito de Sidney Crosby com uma tacada daquelas! O infeliz até citou como exemplo o episódio onde Bobby Clarke acertou o tornozelo de Valeri Kharlamov na Summit Series de 1972. Com a estrela russa fora, a seleção canadense obteve uma enorme vantagem no confronto. Mesmo com Kharlamov voltando, no sacrifício, no final da série, o Canadá prevaleceu.
Que o hóquei é um jogo físico, com altas doses de brutalidade, é inegável. É parte integral da beleza desse esporte, mas defender artimanhas como usar as duas mãos para acertar uma tacada no tornozelo de um atleta é algo degradante.
Como se não fosse o bastante, na mesma missiva Brennan comenta sobre uma tradição dos Senators. Ele conta de quando viu o "maior e mais forte" atacante do elenco, Christoph Schubert, após perder uma competição de disputa de pênaltis, virar o "garoto suquinho", e, sem camisa e usando um chapéu rosa, servir Gatorade para seus colegas de vestiário. Até Elton John acharia isso muito gay!
Mas, achando pouco essa "tradição", os Sens, buscando incendiar (?) a platéia após perder os dois primeiros jogos da série contra os Penguins, resolveram inovar. E o resultado foi o ato mais bisonho da história da NHL.
Acontecesse numa liga de frescobol já seria lamentável. Como aconteceu na NHL, é imperdoável. Algo que viverá na infâmia, que jamais será esquecido por quem testemunhou. Uma escolha infeliz por parte dos Senators que apenas ofende o grande jogo de hóquei.
Para piorar, o som falhava e o capacete do infeliz quase caiu. A "cola" estava visível na armadura, etc... Literalmente um fiasco épico!
A aventura espartana do time claramente constrangeu atletas e grande parte da torcida. Eu senti vergonha alheia! A derrota que se seguiu talvez tenha sido um castigo divino. Mas o ideal mesmo seria repetir a cerimônia no jogo quatro, apenas acrescentando um buraco sem fundo no centro do Scotiabank Place. Então Leônidas chutaria os traseiros de Don Brennan e Bryan Murray para o além. De onde nunca mais sairíam.
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![]() Um retrato de Bryan Murray... |