NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

No futebol é comum dizer que um bom time começa por um bom goleiro. No hóquei a máxima vai um pouco além: não se pode ser campeão sem um grande goleiro.

Existem exceções? Sim, porém desde 1998, quando o Detroit Red Wings foi campeão com Chris Osgood no gol, invariavelmente os vencedores são liderados por um goleiro fenomenal, como Patrick Roy, Dominik Hasek ou Martin Brodeur, ou em fase espetacular, como Cam Ward.

Nos playoffs a experiência é fator decisivo. Dos 16 goleiros titulares nesta pós-temporada, quatro nunca haviam atuado em playoffs. Curiosamente, Carey Price e Tim Thomas, adversários diretos na série entre Montreal Canadiens e Boston Bruins, eram dois deles. Dan Ellis, do Nashville Predators, e Martin Biron, do Philadelphia Flyers, também não jogaram hóquei nesta época do ano — e é curioso que Biron nunca tivesse visto um minuto de gelo em pós-temporada.

Brodeur é o mais experiente, com 164 jogos* (94 vitórias, 92,0%, 1,93 gol/jogo e 22 SO) , seguido por Hasek, com 115 atuações* (63 vitórias, 92,6%, 1,99 gol/jogo e 14 SO). Evgeni Nabokov, surpreendentemente, tem mais jogos que Jean-Sebastien Giguere: 46 a 45*. Giguere e Christobal Huet (seis jogos) têm os maiores percentuais de defesa, com 92,9%*, pouco acima de Miikka Kiprusoff (43 jogos), com 92,8%*. Huet, Marc-Andre Fleury e Nicklas Backstrom não disputaram mais que uma série* em suas carreiras.

* Não considerados os jogos dos playoffs deste ano.

Experiência entre os patinadores também nunca existe em excesso. É o caso do Colorado Avalanche, que tem em Joe Sakic e Peter Forsberg os dois maiores artilheiros de playoffs em atividade (não considerando os jogos dos playoffs deste ano).

O capitão Sakic tem 178 pontos e Forsberg vem logo a seguir, com 166, ao lado de Jaromir Jagr, do NY Rangers. A lista continua com veteranos de várias equipes, como Sergei Fedorov (163), Chris Chelios (144), Nicklas Lidstrom (143), Mike Modano (133), Brendan Shanahan (126), Jeremy Roenick (116) e Sergei Zubov (111).

Em média de ponto por jogo, Forsberg é o líder, com 1,15 — não é difícil entender por que o Colorado apostou nele, mesmo sem as condições físicas ideais. Sakic é o terceiro, 1,10, com Dany Heatley, 1,13, entre os dois. Jason Spezza (1,06), Brad Richards (1,04), Jagr (1,04) e Fedorov (1,01) são os demais jogadores com média acima de um ponto por jogo em pós-temporada.

Sem dois dos últimos três campeões nos playoffs, coube ao Anaheim Ducks liderar com folga a classificação das equipes com mais jogadores campeões da Copa Stanley.

No elenco dos Ducks estão 19 campeões, praticamente o dobro do Detroit, que tem dez, um a mais que o New Jersey, com nove. O Colorado é o quarto colocado, com cinco jogadores. Red Wings, Devils e Avalanche foram campeões nesta década e já não contam com mais da metade dos elencos vencedores.

Do quinto ao último a diferença é mínima, começando com Minnesota (cinco), até San Jose e Washington, que contam com apenas um campeão em seus elencos.
O confronto entre Pittsburgh Penguins e Ottawa Senators vai além da disputa dentro do gelo. Nas últimas semanas uma polêmica envolveu o colunista Don Brennan, do Ottawa Sun, e o intimidador Georges Laraque, do Pittsburgh Penguins.

Don escreveu em sua coluna no dia 8 de abril que Sidney Crosby tinha um problema no tornozelo direito e que os Senators teriam que descobrir como ele reagiria a uma tacada, instigando os jogadores a agredirem o capitão dos Penguins.

A imprensa não parava de perguntar sobre o assunto e então Laraque chamou Brennan de "estúpido" na mídia. Então, em nova coluna, no dia 10, o colunista rebateu: "me chame de estúpido na minha cara."

Dito e feito. Com toda a imprensa ao redor e vários jogadores acompanhando, Laraque encontrou Brennan no vestiário e disparou: "Você queria que eu lhe chamasse de estúpido na sua cara? Bem, você é estúpido".

Entretanto, embora tenha sido um momento de tensão, Laraque estava sorrindo a maior parte do tempo. Surgiu até o assunto sobre uma briga e o intimidador aceitou a condição do jornalista de lutar ajoelhado e com as duas mãos amarradas nas costas.

Em 191 edições de TheSlot.com.br, não consta nenhuma ameaça de qualquer intimidador da NHL, embora a maior parte deles tenha sido ofendida diversas vezes por nossos colunistas.
Len Redkoles/Getty Images
"Ele agora quer mais!"
Alexander Ovechkin não esconde sua decepção diante das derrotas para o Philadelphia Flyers. Depois de ter carregado o Washington Capitals a uma heróica e surpreendende classificação à pós-temporada, é natural não se contentar com o feito e almejar ir ainda mais longe. Talvez não seja possível. Talvez Daniel Brière e o Philadelphia Flyers, que até agora tem se mostrado superior, impeçam a progressão de Ovechkin e dos Capitals. Mas nada disso é motivo para se envergonhar e abaixar a cabeça. Seguramente Ovechkin figurará inúmeras vezes nas próximas pós-temporadas, e fatalmente chegará um momento onde estará por cima junto com o seu time. Essa é só a primeira imagem de uma carreira que tende a ser mais que vitoriosa.
(13/04/2008)
Uma estratégia recorrente em vantagens numéricas é escalar um atacante para se posicionar à frente do goleiro adversário, bloqueando sua visão e preparado para desviar os chutes em direção ao gol. Acontece que ninguém nunca tinha bloqueado tanto a visão de um goleiro quanto Sean Avery em Martin Brodeur. Veja você mesmo.

Avery, de costas para o jogo e de frente para o goleiro, agita os braços e o taco, na tentativa de atrapalhar Brodeur. O goleiro tenta pará-lo, o juiz fala para que ele pare com aquilo e até seu companheiro Chris Drury, durante a vantagem numérica, se aproxima e tenta endireitá-lo, em vão.

Embora anti-ética, a jogada de Avery não era ilegal. Não era, porque agora existe a Regra Sean Avery: "Uma penalidade por conduta antidesportiva (regra 75) será interpretada e aplicada, imediatamente, para a situação em que um atacante se posiciona de frente para o goleiro e comete ações como balançar seus braços ou seu taco na frente do rosto do goleiro, com o propósito de interferir de maneira imprópria com o goleiro ou distraí-lo em vez de se posicionar para fazer uma jogada."

Certa ou errada, funcionou: "Ninguém deveria jogar hóquei com um taco a uma polegada do seu rosto," declarou Brodeur. "Mas não foi uma jogada ruim. Enquanto ele fazia aquilo, eu não podia ver nada. Os dois chutes errados foram pura sorte, eu não podia ver nada."

Poucos segundos após sua "performance", Avery marcou o gol em vantagem numérica. Desde a aquisição de Avery, os Rangers têm 67,4% de aproveitamento dos pontos com ele no gelo e apenas 42% sem ele.
Existe hóquei além dos playoffs, embora muita gente não dê a mínima.

A última da Flórida é a demissão do treinador Jacques Martin, então no Florida Panthers. No entanto, o gerente geral Jacques Martin continuará trabalhando na organização.

Os Panthers estão melhorando, lentamente, mas a evolução é clara. A eliminação na temporada pode ser justificada pela liderança em jogadores perdidos por contusão, nesta que é a franquia mais fracassada da NHL no momento, sem se classificar aos playoffs desde 1999-00 e com apenas três aparições em 15 anos de existência.

Em Vancouver, o treinador resistiu, mas quem rodou foi o gerente geral Dave Nonis.

Responsável pela aquisição de Roberto Luongo, Nonis não conseguiu construir um time talentoso ao redor do goleiro. Sua lista de aquisições nos quatro anos que gerenciou a franquia é repleta de jogadores de liga menor e de fracassos.

Na maior parte do tempo Nonis esteve ocupado mantendo o que foi deixado por Brian Burke. Ele renovou o contrato de vários veteranos, sem contudo desenvolver novos talentos para gradativamente suprirem as carências do time.

Nem sequer aos playoffs o Vancouver se classificou este ano. E fica a pergunta: onde os Canucks estariam sem Luongo?!

Treinador novo ali, gerente novo acolá e uma nova temporada no horizonte.

E se você não gostou dessa nota, vá pra página da Sports Illustrated e descubra com quais celebridades algumas estrelas da NHL se parecem. Dica: não perca o #22.
A boa novidade para o Vancouver é que a equipe aparentemente venceu a corrida pelo sueco Fabian Brunnstrom, embora a demissão de Nonis possa causar uma reviravolta na escolha do jogador.

O atacante de 23 anos não foi recrutado para a NHL, não tem vasta experiência na primeira divisão da Suécia e de repente se tornou o objeto de desejo de várias equipes da liga. Brunnstrom nunca defendeu sua seleção nos Campeonatos Mundiais de Juniores, o que limita sua aparição no cenário internacional. Mas com tantas equipes dispostas a contratar o jogador, deve significar que ele tem condições de atuar na NHL.

De qualquer forma, a perseguição a Brunnstrom, quase um fantasma no mundo do hóquei, é algo inédito.
Enquanto uns demitem, outros contratam. Em Toronto a maior expectativa é pela definição do novo presidente e gerente geral dos Maple Leafs.

Segundo uma fonte anônima da própria equipe, Glen Sather é o candidato mais forte para o cargo, tendo sido entrevistado várias vezes e demonstrado seu interesse em assumir os combalidos Leafs.

Aos 64 anos, Sather atualmente é presidente e gerente geral do NY Rangers desde 2000. Nos anos 1980, formou no Edmonton Oilers a maior dinastia da história da NHL.
Chris Graythen/Getty Images
Os jogadores do Nashville Predators emocionam-se com a pintura no gelo. Eles sabem que isso é o mais próximo que chegarão da Copa Stanley.
(14/04/2008)
Sean Kilpatrick/AP
Empolgado, Sidney Crosby tenta decolar e mostra que não sabe nada de biologia. Pinguins não voam...
(14/04/2008)
Doug Pensinger/Getty Images
Veja o frisson que a volta de Peter Forsberg aos rinques causou. Até Sean Hill o agarrou, querendo um autógrafo e uma foto com seu ídolo.
(14/04/2008)
Dave Sandford/Getty Images
Não mexa, não toque nesse meu goleiro! É o lema do Pittsburgh Penguins ao proteger Marc-Andre Fleury dos ataques alheios.
(14/04/2008)
Sanford Myers/AP
Jason Arnott a la Alex Ovechkin: a comemoração mais repetida nos playoffs da Copa Stanley 2008.
(14/04/2008)
Gene J. Puskar/AP
Crosby, Malkin, Fleury... Está tão fácil em Pittsburgh que os craques foram dispensados do time e liberados para assistir ao jogo num telão externo.
(09/04/2008)
Stephen Dunn/Getty Images
Depois de falhar em dois jogos do Anaheim Ducks, o capitão Chris Pronger descobriu outra maneira de tentar ajudar o time.
(12/04/2008)
Doug Pensinger/Getty Images
"Muito bem... nada de golpes abaixo da linha da cintura. Lutem limpo, OK?"
(15/04/2008)
Mike Ridewood/Getty Images
O Calgary Flames vem se esforçando para conseguir dar um pé na bunda do San Jose Sharks.
(15/04/2008)
Doug Pensinger/Getty Images
Em pós-temporada, o Pepsi Center costuma virar uma "casa de luz vermelha" após os jogos para entreter seus jogadores.
(15/04/2008)
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Página publicada em 16 de abril de 2008.