Depois de se enfrentarem oito vezes na temporada regular, Minnesota Wild e Colorado Avalanche se encontram novamente na pós-temporada. Com uma diferença de apenas três pontos na classificação, os dois times prometiam um duelo bem equilibrado antes do inicio da série. Bom, até agora eles vêm cumprindo a promessa, inclusive com três das quatro partidas sendo disputadas na prorrogação, e todas elas com um dos times vencendo por 3-2. Apenas no ultimo jogo um dos times dominou a partida a ponto de abrir grande vantagem no placar, como veremos.

Jogo 1, Wild 2-3 Avalanche (OT)
Jogando em casa na primeira partida, o Wild foi pra cima do Avalanche e dominou as ações no começo do jogo. Os números mostram a superioridade do time da casa: foram 11 tacadas contra o gol do Colorado e apenas duas tacadas do time visitante. No segundo período o Wild continuou pressionando, foram mais nove tacadas contra o goleiro Jose Theodore, que respondeu todas com defesas, algumas dessas bem difíceis. Do outro lado, o Avalanche foi mais eficiente e converteu duas das cinco tacadas que deu ao gol. Primeiro com Kurt Sauer e depois com Ryan Smyth, numa situação de vantagem numérica.

No terceiro período o Wild veio com tudo para cima do Avalanche e empatou a partida logo no começo. Primeiro, num lance de sorte, Mikko Koivu lançou o disco em direção ao gol, que desviou no patim de Jeff Finger e entrou, enganando Theodore. Logo em seguida, numa situação de vantagem numérica, Todd Fedoruk empatou o jogo. A partir daí o Colorado pressionou o Minnesota na tentativa de vencer o jogo no tempo normal, criando várias situações de perigo, entre elas um gol corretamente anulado e uma tacada de Milan Hejduk que bateu na trave. Além disso, o Avalanche teve também um pênalti, cobrado por Smyth e defendido pelo goleiro Niklas Backstrom, marcado depois que Keith Carney segurou o disco com a mão numa confusão perto do gol de Backstrom. Com todos os esforços em vão, a partida precisou de tempo extra para ser decidida.

A prorrogação foi tensa, nenhum dos dois times arriscou atacar muito com medo de um contra-ataque. A primeira chance só veio com mais de seis minutos de prorrogação e foi do Wild que, justamente num contra-ataque, chegou perto de marcar com o defensor Brent Burns, mas Theodore fez uma defesa espetacular. A partir daí os times começaram a explorar mais a velocidade tentando achar espaços no gelo. Foi assim que Ruslan Salei, quase na zona neutra, mandou o disco para frente do gol de Backstrom. No meio da confusão ele sobrou para Joe Sakic marcar o gol da vitória. Esse foi o oitavo gol da vitória que o capitão do Avalanche marcou numa prorrogação de jogo de pós-temporada, mais do que qualquer outro jogador na história da liga.

Jogo 2, Wild 3-2 Avalanche (OT)
No segundo jogo da série o Avalanche entrou mais ligado e não permitiu que o Wild pressionasse tanto, como na primeira partida. O jogo seguiu equilibrado e, no final do período, Peter Forsberg conseguiu abrir o placar. O segundo período foi o bastante físico, com os dois times abusando dos encontrões, mantendo assim a partida equilibrada e sem muitos lances de perigo.

Perdendo o jogo e a série por 1-0, o Wild tomou a iniciativa no terceiro período e pressionou o Avalanche. Numa vantagem numérica logo no início do período, Pavol Demitra empatou o jogo e na tentativa de viajar para Denver com a série empatada, o Minnesota continuou pressionando. Até que, num erro do Colorado na saída para o ataque, Koivu roubou o disco e virou a partida faltando menos de dois minutos para o fim do jogo. Então o Avalanche trocou Theodore por outro jogador de linha e pressionou desesperadamente nesses segundos finais, conseguindo uma situação de vantagem numérica. Faltando 44 segundos para o fim do jogo e com dois jogadores a mais, John Michael-Liles chutou de longe e Milan Hejduk desviou empatando o jogo.

A segunda prorrogação da série foi curta. Empurrado pela torcida que não se abalou com o gol do Avalanche no finalzinho do jogo, o Wild foi pra cima e num lance perto do gol, Salei tentou tirar o disco de perto da meta de Theodore, mas o mandou direto para taco de Carney, que chutou forte, marcando o gol da vitória. Com o gol, além de empatar a série, Carney, com 38 anos, tornou-se o mais velho defensor a marcar um gol na prorrogação de um jogo de pós-temporada da NHL.

Jogo 3, Avalanche 2-3 Wild (OT)
Com uma vitória para cada time, Wild e Avalanche foram para Denver disputar mais duas partidas. No primeiro período nenhum dos dois times dominou o adversário, mas jogando em casa e com a torcida empurrando, o Colorado abriu o placar com Andrew Brunette. No segundo período os dois times cometeram muitas penalidades, o que deixou a partida mais emocionante graças às várias chances de gol surgidas por causa das situações de vantagem numérica. Nessa hora brilhou a estrela dos goleiros, que mantiveram o placar de 1-0 para o Avalanche. Só no segundo período Theodore fez 14 defesas e o Wild ainda teve um gol anulado, do outro lado Backstrom fez 17, incluindo uma espetacular no final do período.

Assim como nos outros dois jogos, a partida foi decidida no último período. Logo no inicio o Wild empatou com Koivu numa cochilada da defesa do Colorado. Depois, numa situação de vantagem numérica a favor do Avalanche, Sakic errou no domínio de disco, Demitra roubou o disco e avançou num contra-ataque junto com Brian Rolston contra um único defensor do Colorado. Demitra conseguiu tocar para Rolston que, livre, virou a partida. Mais uma vez o Avalanche correu atrás do prejuízo. Numa jogada iniciada por Sakic, que Backstrom defendeu, o disco ficou vivo na frente do gol no meio da confusão e o próprio Sakic foi para o tumulto empatar a partida, redimindo-se do erro anterior.

No tempo extra o que se viu foi um Wild aguerrido e um Avalanche cansado. O Minnesota teve a partida sobre controle, deixando o Colorado atacar com tacadas de longe, sem muito perigo, e explorando o contra-ataque. Num desses, o Wild avançou com dois jogadores contra apenas um do Avalanche. Demitra, à esquerda do gol, passou para Marian Gaborik do outro lado e Theodore fez a melhor defesa da prorrogação. Pouco depois, numa tacada de longe do Wild que originaria um icing, Finger erra e perde a corrida para Rolston, que evita a paralisação, domina o disco e manda para Pierre-Marc Bouchard livre marcar o gol da vitória. Essa foi a quinta partida seguida entre Avalanche e Wild decidida na prorrogação (as duas anteriores foram na pós-temporada de 2003). Todas elas terminaram 3-2 e o Wild venceu quatro. Com a vitória o Minnesota encerrou uma sequência de cinco derrotas seguidas fora de casa em jogos de pós-temporada, enquanto que o Avalanche teve sua quarta derrota seguida também em casa em jogos de pós-temporada.

Jogo 4, Avalanche 5-1 Wild
O jogo não foi pra prorrogação, mas durou como se tivesse ido devido ao grande número de paralisações por falta ou briga. Só o Wild teve 89 minutos de penalidade no jogo inteiro, dando 13 situações de vantagem numérica para o Avalanche, enquanto que o Colorado teve 43 minutos de penalidade. Para ser ter noção, os dois times juntos serviram 58 minutos de penalidade nos três primeiros jogos da série.

A partida começou na situação oposta a que terminou no dia anterior: com o Avalanche ligado e pressionando e o Wild dando sinal de cansaço. Muito disso graças a necessidade maior que o Colorado tinha de vencer, para não voltar a Minnesota com um déficit de dois jogos. O resultado disso foi uma vantagem de 3-0 no placar já na etapa inicial, com gols de Brunette, Wojtek Wolski e Tyler Arnason. No segundo período o Avalanche continuou imprimindo seu ritmo e, numa vantagem numérica, ampliou o placar com Salei.

Sem muita força para reagir e vendo a possibilidade de sofrer uma goleada muito grande, que poderia elevar muito a moral do Avalanche, os jogadores do Wild começaram a usar do jogo físico, porém acima da medida, e os juízes começaram a marcar. Logo depois do quarto gol, Stephane Veilleux e Derek Boogaard cometeram falta em Arnason, com o último tendo que passar dez minutos fora do gelo, gerando uma vantagem numérica de dois homens para o Avalanche. Depois, Veilleux e Eric Belanger prensaram Cody McLeod contra a borda, o jogador do Colorado revidou e todos foram penalizados. Com tantas vantagens numéricas, o Avalanche ampliou com Hejduk.

O terceiro período não foi nem um pouco diferente do segundo. Com 5-0 no placar e a partida definida, o Avalanche poupou alguns de seus jogadores do jogo físico do Wild. Forsberg não entrou no gelo na ultima etapa, Adam Foote quase não jogou, Sakic e Hejduk só jogaram poucos minutos. O Minnesota também poupou Backstrom, que não teve muita culpa nos gols, e colocou o reserva Josh Harding. E o jogo físico continuou: Veilleux cumpriu mais 19 minutos no banco de castigo, Boogaard mais 12, mais dois jogadores do Wild sofreram penalidade por conduta antidesportiva, assim como dois do Avalanche e algumas brigas. Era o Minnesota tentando responder fisicamente ao domínio do Colorado no placar, para não chegar em casa com espírito de derrotado, e o Avalanche tentando mostrar que também sabe jogar duro. E numa dessas várias situações de vantagem numérica do time da casa, Koivu roubou o disco e marcou o gol de honra do Wild no contra-ataque. Foi o segundo gol em desvantagem numérica que o Minnesota fez na série, mostrando a ineficiência do Avalanche quando tem um homem a mais no gelo. Nos últimos dois jogos, o Colorado marcou dois gols nas 19 chances que teve quando tinha mais homens no gelo, incluindo aí mais de três minutos e meio com dois homens sem marcar gols.

• Capa
• Editorial
• Prorrogação
• O início da caminhada do Montreal
• Rangers saem na frente
• Amplo domínio
• Comentários em séries
• Uma pincelada nos playoffs
• Os novos Leafs?
• O time do apagão
• A série das prorrogações
• Pós-temporada de caça ao pato!
• A série de Brière
• A NHL precisa de Ovechkin e Crosby