Por: Eduardo Costa

Red Bull Salzburg

Em 2006, o EC Pasut Villacher — time tradicional, fundado em 1923 — venceu o Red Bull Salzburg nas finais da EBEL. Além do título, a torcida do Villach ainda fez questão de gritar bem alto o quanto o time de Salzburg não tinha tradição.

A equipe, de apenas dois anos de vida, poderia até ter o rico suporte de uma gigante do ramo de bebidas energéticas, como a igualmente austríaca Red Bull, mas ao final de tudo esse apoio financeiro não seria suficiente para garantir conquistas superlativas. Bem, a julgar pelo que aconteceu em 2006-07, os seguidores do EC Pasut Villacher terão que rever seus conceitos.

Na temporada regular as equipes se enfrentaram oito vezes e Salzburg venceu sete desses confrontos.

A Red Bull fez o possível para que o treinador sueco, Hardy Nilsson, tivesse em mãos o melhor elenco possível. E, com um belo grupo, Salzburg cumpriu o esperado.

A força do time começava entre as traves, com a presença do mítico goleiro Reinhard Divis (ex-St. Louis Blues). O polivalente central Thomas Koch, que estava no Lulea, da Elitserien sueca, foi repatriado e conquistou um lugar na primeira linha do time. E o que havia dado certo na temporada anterior foi mantido. Como o asa direito Frank Banham. O canadense de Calahoo, Alberta, é um cigano do hóquei. Chegou a disputar 30 jogos na NHL, mas acabou mesmo na Europa, onde acumulou milhagem na Finlândia, Rússia e Suíça, antes de chegar ao hóquei austríaco.

Banham teve números mais modestos nessa temporada com relação à passada, mas quando os playoffs chegaram ele foi jogado em tonel de Red Bull e o drinque deu mais do que asas para o canadense: 21 pontos (9 gols), em tão somente oito partidas. Mas, antes de analisarmos a campanha do time de Salzburg na pós-temporada, vale uma rápida olhada no que aconteceu na EBEL em 2006-07.

Uma grande novidade na liga austríaca foi a presença do HK Acroni Jesenice. A equipe é uma das mais tradicionais da história da Eslovênia, tendo vencido 28 vezes o campeonato nacional. Mas a pouco competitiva Prva Liga já não significava um atrativo para o time, e acabaram migrando para a EBEL.

Quem esperava mediocridade por parte do time comandado por Matjas Kopitar (pai do fenômeno do LA Kings, Anze Kopitar), surpreendeu-se com a campanha dos eslovenos. Em uma liga com oito times, eles acabaram em quinto lugar — por causa de uma diferença de sete gols, perderam a quarta vaga nos playoffs para o Vienna Capitals. O destaque individual do time de Jenesice foi o americano Aaron Fox, que, com 92 pontos em 56 jogos, só ficou atrás do canadense Todd Elik, do HC Innsbruck, na artilharia — Elik contabilizou 98 pontos em 53 cortejos.

Playoffs

Pouco era esperado das semifinais, e ambas terminaram em varridas já previstas. Os Black Wings de Linz não tiveram um elenco de nível o bastante para ameaçar o EC Pasut Villacher. Já os Vienna Capitals foram humilhados pelo Red Bull. Em especial no jogo inaugural da série, quando nosso bom amigo Frank Banham marcou cinco vezes na goleada de 9-3. Nem mesmo a contusão do defensor sueco Andreas Pihl atrapalhou a caminhada do time rumo às finais — até porque o time acabou trazendo o linha azul da seleção suíça, Goran Bezina, para ocupar o lugar de Pihl.

Com Red Bull Salzburg e o time de Villach vencendo suas séries, a Áustria acabou tendo os mesmos finalistas de 2006, mas dessa vez com resultado final diferente.

O jogo 1 foi vencido pelo já mencionado Reinhard Divis. O goleiro parou todos os 27 chutes do Villacher. Martin Ulrich e Frank Banham, sempre ele, marcaram os gols da partida. O embate seguinte foi em Villach, onde cerca de 5 mil torcedores superlotaram o acanhado Villacher Stadhalle. O jogo foi brutal e polêmico. Greg Artursson, do Red Bull, acabou indo para no hospital. Os torcedores tentaram atingir os árbitros com uma gama de objetos, em especial moedas — muitos defendem a teoria que, por ser um time da bilionária Red Bull, a equipe de Salzburg conta sempre com a complacência arbitral. Mas, pelo menos nessa partida, eles saíram felizes. O EC Pasut Villacher acabou vencendo na disputa de pênaltis, empatando a série final. Mas a partir desse momento, o Red Bull Salzburg não daria mais chances para seu adversário.

As três partidas seguintes forma totalmente dominadas pelo Red Bull. O quinto, que acabaria sendo último, encontro entre as duas agremiações foi no Volksgarten Salzburg, e uma vantagem de 3-0 obtida já no período inicial deixava bem claro que aquele título não mais escaparia de Divis, Marco Pewal, Darby Hendrickson, Frank Banham & cia. No final da partida, o 4-1 acabou sendo a senha para o início da festa no gelo e nas arquibancadas. O Red Bull Salzburg pode não ter a tradição de seus rivais, mas já começa a escrever sua história baseada em muitas vitórias e um grande título.

Elenco campeão

Goleiros: Reinhard Divis, Bernhard Bock e Magnus Eriksson.

Defensores: André Lakos, Andreas Pihl, Goran Bezina, Martin Ulrich, Greger Artursson, Jakob Lainer, Victor Lindgren e Stefan Pittl.

Atacantes: Marco Pewal, Frank Banham, Darby Hendrickson, Thomas Koch, Juha Lind, Mattias Trattnig, Dieter Kalt, Gregor Hager, Patrick Harand, Matthias Schwab, Phillip Pinter, Martin Grabher Meier e Martin Pewal.

Eduardo Costa gostaria de ser tão sagaz e fazer tanto sucesso com as mulheres quanto seu amigo Daniel, que também é o ciclista mais veloz do triângulo mineiro.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.