Por: Eduardo Costa

HC Sparta Praha

República Tcheca, país recordista mundial em consumo (per capita) de cerveja e exportador de belas atrizes pornográficas — em larga escala — para o planeta Terra, também possui uma das ligas de hóquei mais atraentes e disputadas do Velho Continente. Por isso tudo, assim que nós conseguirmos juntar uma grana decente, vamos nos mudar para lá. Isso mesmo, em breve a TheSlot.com.br atravessará o Atlântico e fincará base em alguma cidade tcheca.

Enquanto continuamos com nossa medíocre existência por aqui mesmo, vamos dar uma olhada apurada na campanha que levou o Sparta Praha, ao bicampeonato da Extraliga.

Os oito de Sparta

Um clique qualquer que direcione o leitor para o site oficial do Sparta Praha, já é suficiente para ver que o time da capital Praga pegou embalo no sucesso mundial do filme Sparta — que no Brasil recebeu a alcunha de "300 de Sparta".

Mas, se no filme a vitória dos comandados por Leônidas era considerada improvável, na Extraliga não seria absurdo algum ver os comandados de Frantisek Výborný conquistando o bicampeonato.

É bem verdade que o time perdeu três peças importantes do título de 2006: o goleiro Petr Briza aposentou-se, o atacante Josef Straka passou a defender o Lukko Rauma, da SM-Liiga, e o artilheiro Jan Marek foi vencer a Superliga russa pelo Metallurg Magnitogorsk.

Mas Sparta conseguiu bons reforços para amenizar essas perdas: o goleiro Thomas Duba e o homem gol Jan Hlavac. Eles se uniram a um bom elenco que contava com figurinhas carimbadas, como Jaroslav Hlinka, Ondrej Kratena e Petr Ton.

Hlinka — que recentemente assinou contrato com o Colorado Avalanche — teve um retorno triunfal à liga tcheca pouco antes dos playoffs de 2006. Sua chegada foi determinante para a conquista da Extraliga daquele ano. Hlinka manteve a excelência, consagrando-se como artilheiro da liga nessa temporada — mesmo número de pontos (57) que Pavel Patera, mas com o jogador do Sparta disputando seis partidas a menos que o atleta do Rabat Kladno.

Contusões diversas praticamente dizimaram o elenco do Sparta nos dois últimos meses de 2006. Com isso o time terminou a temporada regular apenas na quarta posição. O primeiro colocado acabou sendo o Bílí Tygri (Tigre branco) Liberec, que teve no goleiro Milan Hnilicka seu porto seguro.

Playoffs

Tudo conforme o esperado nas quartas-de-final. Apenas o HC Pardubice encontrou dificuldades para bater seu oponente — o mediano Znojmo Orli chegou a empatar a série após estar com uma desvantagem de 3-0. Apenas no jogo 7, o time da dupla Jan Caloun e Petr Sykora despachou os representantes da cidade de Orli.

Nas semifinais aconteceria o esperado confronto entre Sparta e Liberec. Mais uma vez o filme "Sparta" foi evocado pela organização da capital. Seria o confronto entre o melhor time da Extraliga, Liberec, e eles, que vinham de muitas adversidades. Tudo muito legal. Tudo muito bacana. Mas quem teve que lidar com quatro desfalques importantes em sua linha azul foi o Bílí Tygri. E essa defesa combalida não foi páreo para o forte ataque do Sparta: 4-1 e mais uma final para o time mais tradicional do país.

O Pardubice também precisou de apenas cinco jogos para eliminar seu oponente, o Céske Budejovice, do nosso bom amigo Roman Turek. Teríamos então o duelo entre duas equipes ofensivas na finalíssima. Muito equilíbrio era o que se esperava. Mas não foi isso que aconteceu. Pelo menos no começo da série.

O Pardubice contava com a força de sua torcida nos dois primeiros confrontos — o time foi dono da melhor média de público da República Tcheca na temporada —, mas a frustração foi geral: o super-trio Ondrej Kratena, Jaroslav Hlinka e Jan Hlavac deu muito trabalho ao bom goleiro adversário Jan Lasak, e o Sparta construiu um inesperado 2-0 na série.

Na moderna T-Mobile Arena de Praga essa vantagem ficaria ainda maior após uma goleada de 7-3. Muitos pensavam que esse resultado havia sepultado as chances do time de Pardubice. Mas, outra vez, o inesperado aconteceu. O artilheiro Petr Sykora reuniu sua tropa e o Pardubice marcou dez vezes nos dois jogos seguintes, colocando o bicampeonato do Sparta em cheque.

Aí os atletas mais experientes do Sparta resolveram reaparecer. O defensor Jiri Vykoukal foi magistral no jogo 6, evitando que seu goleiro Tomas Duba fosse incomodado pela super-linha do Pardubice. Tarefa também cumprida por Lubos Rob, que teve a incumbência de grudar no artilheiro da pós-temporada Petr Sykora — Rob, que atuou por 16 anos no Céske Budejovice, sem jamais ter sido campeão, teve sua história comparada a de Ray Bourque pela mídia tcheca, durante esses playoffs.

Já na outra extremidade, Ondrej Kratena, que buscava seu sétimo título nacional, foi o protagonista, marcando os dois gols da partida.

O placar poderia ter sido ainda mais dilatado, devido a uma vantagem de 45-22 em chutes, mas o eslovaco Lasak evitou uma derrota faraônica.

Nas tribunas, clamores uníssonos saudavam a vitória. Para completar, os poucos torcedores do Pardubice tiveram suas cabeças cortadas e seus sangues bebidos pelos vitoriosos espartanos, que comemoraram, como se deve, o oitavo título nacional do clube.

Elenco campeão

Goleiros: Tomas Duba e Dusan Salficky.

Defensores: Jiri Vykoukal, Frantisek Ptacek, Marek Cernosek, Ladislav Benysek, Jan Hanzlik, Tomas Protivny, Richard Stehlik, Jan Tabacek e Karel Pilar.

Atacantes: Jaroslav Hlinka, Ondrej Kratena, Jan Hlavac, Tomas Netik, Petr Ton, Jiri Zelenka, Michal Sivek, Jakub Langhammer, Michal Dragoun, Lubos Rob, Martin Podlesak, Karel Hromas, Martin Strba e David Vrbata.

Eduardo Costa assistiu a todos os jogos das finais da Extraliga.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.