Por: Eduardo Costa

Vancouver Giants

A Copa Memorial é para o hóquei de base o que a Copa Stanley significa para os atletas profissionais do esporte mais espetacular do globo. Comparar a CHL com qualquer outra liga júnior do mundo, seria como traçar paralelo entre os Rolling Stones e o Bonde do Forró (?).

Wayne Gretzky, Mike Bossy, Guy Lafleur, Mario Lemieux, Steve Yzerman, entre outros, já desfilaram classe e talento em uma das três grandes ligas que compõem a CHL.

Com o crescente domínio ianque na NHL, muitos canadenses comuns passaram a dedicar uma atenção religiosa ao que acontece na Ontario Hockey League, na Western Hockey League, e na Quebec Major Junior Hockey League. Esses mesmos canadenses devem ter ficado de cabelo em pé com o que aconteceu na temporada 2006-07 da CHL.

O Plymouth Whalers, de Michigan, arrebatou a OHL; e veio de Lewiston, Maine, os MAINEiacs, campeões da QMJHL. Com isso, pela primeira vez, duas equipes americanas disputariam a Copa Memorial, como campeãs de duas das três prestigiosas ligas juniores. 

Da WHL sairia vencedor o Medicine Hat Tigers, uma das mais tradicionais instituições da categoria. Os Tigers obtiveram o troféu da liga do oeste após uma final apoteótica contra o Vancouver Giants. Foram necessários sete jogos, com o derradeiro embate terminando apenas na segunda prorrogação. Um equilíbrio que já havia sido a tônica nos quatro confrontos entre eles na temporada regular (duas vitórias para cada lado).

Como Vancouver seria a sede da copa Memorial, os Giants ganharam uma chance para a revanche da dolorosa derrota. 

Após vencer os dois times americanos, os Giants tinham a chance de garantir sua vaga direta para a finalíssima. Restava para o dono da casa um jogo contra o Medicine Hat. Ambos atuaram como se fosse uma decisão e, assim como na final da WHL, quem comemorou foram os Tigers, através de um gol solitário de Derek Dorsett.

Os Giants teriam que disputar contra o Plymouth Whalers quem teria a honra de fazer companhia ao Medicine Hat na final. Em uma demonstração de fúria, deu Vancouver por 8-1, com seus principais ases ofensivos, Michal Repik, Milan Lucic e James Wright mostrando serviço.

Teríamos então, apenas pela segunda vez na história, uma decisão entre times da WHL na Copa Memorial — Swift Current Broncos e Saskatoon Blades, em 1989, protagonizaram a primeira.

Já antes da partida decisiva, outro dado de importância que comprova a força do torneio: com os 16.281 presentes no Pacific Coliseum, chegava-se a um total de 121.561 pagantes em nove jogos, bem acima do recorde anterior, que era de 84.686, na edição de 2003, disputada em Quebec City.

E esse grande público viu outro soberbo duelo entre as duas equipes. Vancouver, que lutava pelo sua primeira Copa Memorial, e o Medicine, que já havia experimentado o sabor dessa conquistas antes — uma delas, sob o comando do nosso amigo Barry Melrose — fizeram um jogo bruto, onde cada palmo de gelo era motivo de uma disputa intensa.

Giants arriscou mais chutes no período inicial, dando trabalho ao goleiro Matt Keetle, que defendeu um total de 17 tentativas por parte de seus rivais. Já os Tigers não encontravam espaços para finalizar, e, quando tiveram, desperdiçaram, como em uma vantagem numérica de dois homens entre o final do 1.º e início do 2.º período.

O placar só saiu do zero após Kenndal McArdle e A.J. Thelen realizarem uma boa jogada atrás da meta dos Tigres. Após o chute de Thelen, Mario Bliznak marcava.

Medicine Tigers empataria em uma nova vantagem numérica. Derek Dorsett, que havia sido o carrasco do Vancouver na primeira fase, serviu Darren Helm para o 1-1.

Depois disso o goleiro Tyson Sexsmith teve pouco trabalho. O disco se concentrava na área de ataque dos anfitriões. Keetle, autor de 38 defesas na partida, parecia uma barreira intransponível. Mas a insistência dos Giants rendeu dividendos quando a prorrogação já parecia ser o destino da final.

Michal Repik, co-artilheiro da Copa Memorial, aproveitou um disco perdido atrás da meta do Medicine Hat, para marcar o gol da vitória, e se juntar ao seleto grupo de donos de tentos decisivos na história do torneio — um clube que tem como sócios, gente da categoria de Doug Gilmour, Cam Neely e Mark Howe.

Spencer Machacek ainda aproveitaria a rede vazia dos rivais, para aumentar a fatura para 3-1.

A vingança estava completa. Após perder a final da WHL na segunda prorrogação do jogo 7, Vancouver dava o troco, e isso quando o valor da conquista era ainda maior.

Elenco campeão
Goleiros: Tyson Sexsmith e Blaine Neufeld.
Defensores: Brendan Mikkelson, Neil Manning, Cody Franson, Jonathon Blum, Brett Festerling, A.J. Thelen, Nolan Toigo e Brent Regner.
Atacantes: Evander Kane, Lance Bouma, J.D. Watt, Tim Kraus, Craig Cunningham, Spencer Machacek, Wacey Rabbit, Mitch Czibere, James Wright, Mario Bliznak, Kenndal McArdle, Garet Hunt, Michal Repik, Milan Lucic e Mike Wuchterl.

Eduardo Costa não sabe mais o que dizer.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.