Dynamo Minsk
Belarus vive entre altos e baixos no que diz respeito a sua seleção
nacional de hóquei, mas sua competição doméstica é bem prestigiada.
Podemos afirmar sem medo que, entre todas as ligas das ex-repúblicas
soviéticas, a bielo-russa é a que mais se destaca — excluindo, obviamente,
a Superliga russa.
E, por ser uma competição que ganha cada vez mais destaque, o melhor
time da Ucrânia, o Sokol Kiev, acabou indo parar na Open Liga — importante(?)
notar que a equipe continuou a atuar também no campeonato ucraniano,
mas com um time B. Essa não é uma situação nova, já que os dois melhores
times da Letônia — Riga 2000 e Metallurgs de Lijepaja — também já participaram
da liga do Belarus.
O grande favorito para levantar o caneco da Open Liga nessa temporada
era o HC Yunost, da capital Minsk. Após vencer o campeonato nacional
em 2004, 2005 e 2006, o time fez história ao tornar-se a primeira equipe
do Belarus a vencer uma competição européia. O Yunost assombrou a Europa
(nem tanto) ao vencer a Continental Cup (espécie de Copa da UEFA, mas
envolvendo, naturalmente, equipes de hóquei) no início deste ano.
Ao chegar ao topo de uma competição que contava com gigantes como o
Avangard Omsk (vice-campeão russo de 2006) e o Illves Tampere (time
que mais vezes venceu campeonatos finlandeses), era esperado que o tetracampeonato
da liga local também fosse conquistado. Mas uma jovem equipe, também
da capital Minsk, tinha outros planos.
O Dynamo Minsk, que acabaria interrompendo a hegemonia do Yunost, não
é aquele mesmo Dynamo Minsk que fazia figuração para o CSKA, Dynamo
Moscou e Spartak no campeonato soviético nos anos 70 e 80. Os únicos
elos entre os dois são o mesmo nome e um uniforme parecido.
O time acabaria em segundo lugar na temporada regular, dois pontos atrás
do Keramin, também de Minsk, e quatro a mais do que o Yunost.
Mesmo sendo uma liga que conta com equipes de nove cidades diferentes,
é visível que a capital dominou essa edição da Open Liga. O HK Gomel,
último time do interior a vencer a competição, e o Neman Grodno, três
vezes campeão nacional, apenas figuraram nessa edição. O Gomel pelo
menos teve o artilheiro da temporada, Vitali Litvinenko, com 57 pontos.
Aleksandr Zhidkikh, que no meio da competição trocou o Khimik-SKA Novopolotsk
pelo Keramin Minsk, veio logo a seguir, com 55. Zhidkikh formou com
o hábil Roman Salnikov o duo mais letal de toda a temporada. Quanto
ao Sokol Kiev, os ucranianos fizeram uma campanha ruim em sua primeira
aparição na Open Liga, terminando em penúltimo lugar
Playoffs
O Dynamo iniciaria a pós-temporada com treinador novo. Apesar de ter
vencido a Copa do Belarus e ter guiado o time aos playoffs com muita
tranqüilidade, o eslovaco Lubomir Pokovic perdeu o posto de treinador
para Eduard Zankovets. O ex-jogador da seleção bielo-russa deu uma roupagem
mais ofensiva ao time, em contraste com o estilo conservador de Pokovic
— gostaríamos de afirmar que esse foi o motivo da troca de comando,
mas, infelizmente, não conseguimos obter uma informação exata do porque
da saída de Lubomir Pokovic.
Enquanto o Dynamo varria o Neman Grodno nas quartas-de-final, os outros
dois favoritos encontravam mais dificuldades. O Yunost Minsk usou todas
as partidas da melhor de cinco para poder eliminar o HK Gomel. Já o
Keramin eliminou o Metallurg Zhlobin em quatro jogos.
Nas semifinais, o Khimik-SKA Novopolotsk foi varrido pelo Keramin e
o Dynamo acabou levando a melhor no clássico contra o Yunost. Com o
defensor, e capitão, Oleg Khmyl e o atacante Oleg Antonenko liderando
a tropa, o time colocou um ponto final no sonho do tetra do Yunost ao
impor 3-1 na série.
A final, disputada em uma melhor de sete partidas, reuniu os dois melhores
times da temporada regular. Era esperado muito equilíbrio, mas o Dynamo
praticamente quebrou a banca ao vencer os três primeiros jogos com muita
autoridade. Keramin tentou reagir, vencendo o jogo 4 por 3-2, mas uma
virada era improvável.
Os comandados de Eduard Zankovets precisaram de apenas um período para
aniquilar o ânimo de seus rivais. Vitaly Valuy, Dmitry Dudik e Oleg
Antonenko abriram 3-0 no tempo inicial. O veteraníssimo Oleg Khmyl,
que já atuou até pela extinta seleção soviética, fez o quarto e Andrei
Skabelka, ídolo sloteano de primeira grandeza, o quinto. Uma goleada
para tornar a festa do título completa.
O domínio do Dynamo ficou refletido na tabela de artilheiros dos playoffs
— os sete maiores pontuadores vestiam a camisa do time campeão. Na seleção
da competição outra prova de que o melhor levou: o goleiro Leonid Fatikov,
os defensores Aleksandr Makritsky e Aleksandr Zhurik, além do trio Oleg
Antonenko, Oleg Shafarenko e Andrei Skabelka. Todos atletas do Dynamo.
Oleg Khmyl não fez parte da seleção ideal da Open Liga, mas foi o primeiro
a erguer o troféu de campeão. Coisa corriqueira na carreira do vitorioso
defensor.
Elenco campeão
Goleiros: Igor Karpenko e Leonid Fatikov.
Defensores: Andrei Glebov, Oleg Khmyl, Andrei Bashko, Dmitri Tolkunov,
Sergei Zuev, Pavel Mikulchik, Vadim Sushko, Aleksandr Zhurik e Aleksandr
Makritsky.
Atacantes: Maksim Balmochnykh, Aleksei Murzin, Oleg Shafarenko, Andrei
Skabelka, Andrei Makrov, Oleg Antonenko, Aleksandr Kulakov, Dmitri Dudik,
Evgeny Kurilin, Nikita Osipov, Sergei Demagin, Vitaly Valuy, Aleksei
Yerashov, Artur Tereshko e Girts Ankipans.
![]() |
![]() Oleg Shafarenko e o goleiro Igor Karpenko acariciam a taça. Conquista merecida do dynamo Minsk. |