Por: Eduardo Costa

Dynamo Minsk

Belarus vive entre altos e baixos no que diz respeito a sua seleção nacional de hóquei, mas sua competição doméstica é bem prestigiada. Podemos afirmar sem medo que, entre todas as ligas das ex-repúblicas soviéticas, a bielo-russa é a que mais se destaca — excluindo, obviamente, a Superliga russa.

E, por ser uma competição que ganha cada vez mais destaque, o melhor time da Ucrânia, o Sokol Kiev, acabou indo parar na Open Liga — importante(?) notar que a equipe continuou a atuar também no campeonato ucraniano, mas com um time B. Essa não é uma situação nova, já que os dois melhores times da Letônia — Riga 2000 e Metallurgs de Lijepaja — também já participaram da liga do Belarus.

O grande favorito para levantar o caneco da Open Liga nessa temporada era o HC Yunost, da capital Minsk. Após vencer o campeonato nacional em 2004, 2005 e 2006, o time fez história ao tornar-se a primeira equipe do Belarus a vencer uma competição européia. O Yunost assombrou a Europa (nem tanto) ao vencer a Continental Cup (espécie de Copa da UEFA, mas envolvendo, naturalmente, equipes de hóquei) no início deste ano.

Ao chegar ao topo de uma competição que contava com gigantes como o Avangard Omsk (vice-campeão russo de 2006) e o Illves Tampere (time que mais vezes venceu campeonatos finlandeses), era esperado que o tetracampeonato da liga local também fosse conquistado. Mas uma jovem equipe, também da capital Minsk, tinha outros planos.

O Dynamo Minsk, que acabaria interrompendo a hegemonia do Yunost, não é aquele mesmo Dynamo Minsk que fazia figuração para o CSKA, Dynamo Moscou e Spartak no campeonato soviético nos anos 70 e 80. Os únicos elos entre os dois são o mesmo nome e um uniforme parecido.

O time acabaria em segundo lugar na temporada regular, dois pontos atrás do Keramin, também de Minsk, e quatro a mais do que o Yunost.

Mesmo sendo uma liga que conta com equipes de nove cidades diferentes, é visível que a capital dominou essa edição da Open Liga. O HK Gomel, último time do interior a vencer a competição, e o Neman Grodno, três vezes campeão nacional, apenas figuraram nessa edição. O Gomel pelo menos teve o artilheiro da temporada, Vitali Litvinenko, com 57 pontos. Aleksandr Zhidkikh, que no meio da competição trocou o Khimik-SKA Novopolotsk pelo Keramin Minsk, veio logo a seguir, com 55. Zhidkikh formou com o hábil Roman Salnikov o duo mais letal de toda a temporada. Quanto ao Sokol Kiev, os ucranianos fizeram uma campanha ruim em sua primeira aparição na Open Liga, terminando em penúltimo lugar

Playoffs

O Dynamo iniciaria a pós-temporada com treinador novo. Apesar de ter vencido a Copa do Belarus e ter guiado o time aos playoffs com muita tranqüilidade, o eslovaco Lubomir Pokovic perdeu o posto de treinador para Eduard Zankovets. O ex-jogador da seleção bielo-russa deu uma roupagem mais ofensiva ao time, em contraste com o estilo conservador de Pokovic — gostaríamos de afirmar que esse foi o motivo da troca de comando, mas, infelizmente, não conseguimos obter uma informação exata do porque da saída de Lubomir Pokovic.

Enquanto o Dynamo varria o Neman Grodno nas quartas-de-final, os outros dois favoritos encontravam mais dificuldades. O Yunost Minsk usou todas as partidas da melhor de cinco para poder eliminar o HK Gomel. Já o Keramin eliminou o Metallurg Zhlobin em quatro jogos.

Nas semifinais, o Khimik-SKA Novopolotsk foi varrido pelo Keramin e o Dynamo acabou levando a melhor no clássico contra o Yunost. Com o defensor, e capitão, Oleg Khmyl e o atacante Oleg Antonenko liderando a tropa, o time colocou um ponto final no sonho do tetra do Yunost ao impor 3-1 na série.

A final, disputada em uma melhor de sete partidas, reuniu os dois melhores times da temporada regular. Era esperado muito equilíbrio, mas o Dynamo praticamente quebrou a banca ao vencer os três primeiros jogos com muita autoridade. Keramin tentou reagir, vencendo o jogo 4 por 3-2, mas uma virada era improvável.

Os comandados de Eduard Zankovets precisaram de apenas um período para aniquilar o ânimo de seus rivais. Vitaly Valuy, Dmitry Dudik e Oleg Antonenko abriram 3-0 no tempo inicial. O veteraníssimo Oleg Khmyl, que já atuou até pela extinta seleção soviética, fez o quarto e Andrei Skabelka, ídolo sloteano de primeira grandeza, o quinto. Uma goleada para tornar a festa do título completa.

O domínio do Dynamo ficou refletido na tabela de artilheiros dos playoffs — os sete maiores pontuadores vestiam a camisa do time campeão. Na seleção da competição outra prova de que o melhor levou: o goleiro Leonid Fatikov, os defensores Aleksandr Makritsky e Aleksandr Zhurik, além do trio Oleg Antonenko, Oleg Shafarenko e Andrei Skabelka. Todos atletas do Dynamo.

Oleg Khmyl não fez parte da seleção ideal da Open Liga, mas foi o primeiro a erguer o troféu de campeão. Coisa corriqueira na carreira do vitorioso defensor.

Elenco campeão

Goleiros: Igor Karpenko e Leonid Fatikov.

Defensores: Andrei Glebov, Oleg Khmyl, Andrei Bashko, Dmitri Tolkunov, Sergei Zuev, Pavel Mikulchik, Vadim Sushko, Aleksandr Zhurik e Aleksandr Makritsky.

Atacantes: Maksim Balmochnykh, Aleksei Murzin, Oleg Shafarenko, Andrei Skabelka, Andrei Makrov, Oleg Antonenko, Aleksandr Kulakov, Dmitri Dudik, Evgeny Kurilin, Nikita Osipov, Sergei Demagin, Vitaly Valuy, Aleksei Yerashov, Artur Tereshko e Girts Ankipans.

Eduardo Costa sonha em um dia adentrar ao mítico Bar do Capelão, em Ubá-MG, e lá dentro disputar uma partida de sinuca com o não menos mítico, Humberto Fernandes.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.