Por: Eduardo Costa

Zavarovalnica MB Olimpija

Aqui na TheSlot.com.br temos uma única certeza: nós amamos a Eslovênia e a Eslovênia nos ama — na verdade a Eslovênia sequer sabe que existimos, mas isso não vem ao caso agora. Por isso nos enchemos de orgulho — e de outras substâncias nocivas — para fazer esse resumo.

Mas o que não temos orgulho algum em expor é que a liga eslovena sofreu um tremendo baque nessa temporada. Tudo porque um dos dois times grandes do país resolveu participar também da EBEL — liga austríaca de hóquei. Está certo que o Acroni Jesenice não encontrava resistência em território esloveno, varrendo seus oponentes com facilidade espantosa nos últimos dois anos. Por isso, foi testar sua força no país vizinho.

Mas como EBEL é disputada no mesmo intervalo de tempo que a Prva Liga, isso significa que o time teria que marginalizar uma das competições.

Então, a representação de Jesenice reservou o que tinha de melhor para brigar contra os austríacos, deixando uma equipe "B", mesclada de atletas juniores e reservas pouco utilizados, para fazer número na liga local. E esse novo rumo do Jesenice deve ser seguido pelo grande rival, o Olimpija Ljubljiana, que já negocia sua entrada na divisão de elite da Áustria.

Essas duas equipes sempre se odiaram. É a batalha entre o Acroni Jesenice, equipe do interior discriminado, contra o Olimpija Ljubljiana, da capital privilegiada — isso na ótica do torcedor do Jesenice, é claro. Já os alviverdes de Ljubljiana preferem dizer que é o duelo entre os letrados da capital contra os camponeses rudes do norte.

Por mais que a Eslovênia sempre tenha contado com uma boa quantidade de equipes, ao final de cada temporada o resultado era sempre o mesmo: final entre Olimpija Ljubljiana e Jesenice.

Essas agremiações foram as únicas a vencerem o torneio nacional — disputado desde 1957. O time de Ljubljiana tem 18 conquistas, bem distante das 28 do representante de Jesenice. Um detalhe bem interessante é que eles quase nunca alternaram títulos. Sempre tivemos um time vencendo uma boa quantidade de campeonatos em seqüência. Jesenice teve um início de história notável, vencendo os 15 primeiros torneios nacionais — essa rica história fez com que o esporte virasse uma febre na cidade, em que um de seus filhos ilustres é Anze Kopitar. Em 1995 teve início a era de ouro do Olimpija Ljubljiana, que conquistou um decacampeonato.

Essa situação toda pelo menos deu um ânimo a mais para os coadjuvantes da liga. Era provável que algum deles conseguisse roubar o segundo lugar na classificação geral do time "B' do Jesenice.

E foi o que aconteceu.

O HK Banque Royale Slavija não só terminou à frente do Jesenice, como também quase roubou o título simbólico de campeão da temporada regular do Olimpija. O diferencial acabou sendo um maior número de vitórias por parte do time da capital. Além desses três, o SD Alfa também garantiu vaga no quadrangular que definiria os dois finalistas.

O Olimpija Ljubljiana aproveitou-se de uma brecha no regulamento e reforçou-se com vários gringos para garantir vida fácil na reta final. Sem condições financeiras de fazer o mesmo, o Slavija perdeu os três confrontos contra o Olimpija nessa fase. Ambas se qualificaram para a final, mas o abismo técnico era visível. A única dúvida era se haveria, ou não, a varrida.

Mais aí entrou em cena a rivalidade entre Olimpija e Jesenice. Esse último, vendo que os verdes aproveitaram uma brecha do regulamento, deram o troco e forneceram alguns atletas para o Royale Slavija. Bizarrice total.

Essa ajuda do Acroni Jesenice só funcionou no jogo inaugural das finais, vencido pelo Royale. A partir desse momento, tudo caminharia conforme o roteiro original. Olimpija venceria as quatro partidas seguintes e conquistaria sua 18ª Prva Liga.

Mas, como citei no segundo parágrafo, a ausência do time titular do Jesenice foi mesmo brutal. Basta ver que nenhuma das partidas finais atraiu um público superior a 800 pessoas. A Eslovênia não merece isso. A Prva Liga não merece isso. E o mais importante: a Ana Hickman, que nada tem a ver com isso, também não merece isso.

Elenco campeão:

Goleiros: Klemen Mohoric, Ales Sila e Sean Fields.

Defensores: Andrej Tavzelj, Igor Cvetek, Domen Vedlin, Robert Ciglenecki, Ed Hill, Jan Loboda, Bostjan Groznik e Klemen Sodrznik.

Atacantes: Ales Music, Mitja Sivic, Matej Hocevar, Andrej Hebar, Jure Kralj, Lou Dickenson, Matej Badiura, Gregor Slak, Marko Ferlez, Dejan Zemva, Anze Ropret, Jason Silverthorn, Egon Muric, Matevz Benedik e Matic Modic.

Eduardo Costa aprendeu a gostar da Eslovênia por influência do amigo Daniel Rocha.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.