Por: Eduardo Costa

Vålerenga Ishockey

Geralmente a TheSlot.com.br não cultiva inimizades, mas reconhecemos que não temos um convívio pacífico com o Reino da Noruega. Três fatores contribuem para isso. O mais destacável é o desprezível fato de que, mesmo se localizando na península escandinava, a Noruega, ao contrário de seus vizinhos, Finlândia e Suécia, não dá ao hóquei a importância devida. Como se isso não fosse pouco, a venda de álcool é controlada através de um monopólio estatal, fazendo com que a cerveja custe uma fortuna por aquelas bandas. Para finalizar, o A-ha, banda podre de 'new wave' (?), é tão norueguês quanto uma porção de bacalhau Brosme.

Mas a TheSlot.com.br, num ato de grandeza e de humanidade (?) ignora essa cizânia e fornece informações sobre a Get-Ligaen e, obviamente, sobre a temporada recém finalizada.

Vålerenga: dinastia a caminho
Mais rico, tradicional e vitorioso time do país, o Vålerenga Ishockey, da capital Oslo, mais uma vez se consagra como campeão da Get-Liagen. E o destaque maior dessa nova conquista estava no banco.

Espen Knutsen é o maior jogador norueguês de todos os tempos (o que não quer dizer muita coisa), e começou sua carreira de treinador da melhor forma possível: levando o clube que o formou ao seu 25.º título nacional.

É complicado dizer se Knutsen é um sujeito de sorte ou não. Único atleta de seu país a participar de um jogo das estrelas na NHL (em 2002), Knutsen se fez presente em 207 partidas da mais competitiva liga do planeta, provavelmente inspirando meia dúzia de jovens compatriotas. Mas ele também é lembrado pelo trágico incidente que resultou na morte de uma torcedora em Columbus. Espen também teve que abandonar o hóquei prematuramente, devido a inúmeras contusões.

Em uma liga com dez equipes, a única a realmente ameaçar o domínio do Vålerenga foi o Storhamar Dragons. O time da cidade de Hamar, que venceu a competição pela última vez em 2004, terminou a temporada regular a apenas seis pontos do Vålerenga.

Restou às demais agremiações comemorar marcas individuais de seus atletas. Jonas Solberg Andersen, do Sparta Sarpsborg, foi o artilheiro da liga, com 77 pontos em tão somente 40 jogos, 17 pontos a mais do que o segundo colocado na tabela de pontuadores, Mathis Olimb, do Vålerenga. Essa marca expressiva de Andersen chegou a valer uma vaga na seleção norueguesa, que disputou o mundial na Rússia em maio último. O luso-canadense Mike Oliveira, do Lillehammer IHK, marcou uma unidade a menos do que Olimb.

Classificar para os playoffs na Get-Ligaen não é uma tarefa árdua, dos dez times, oito conseguiram avançar. Nas quartas-de-final, no clássico (?) de Oslo, o Vålerenga varreu o Furuset (4-0). Importante notar que a média de público do Furuset nessa temporada só não foi mais baixa do que a quantidade de pessoas de deve ler essa coluna cretina sobre a liga norueguesa: apenas 422 almas.

Na fase seguinte o adversário seria o Sparta Sarpsborg, do já mencionado artilheiro Jonas Solberg Andersen. Se o Sparta tem em Solberg, um jogador de nível (?) de seleção, o time de Oslo teve quatro que foram à Rússia: o defensor Lars Erik Lund e os atacantes Aleksander Nervik, Kjell Nygard e Mathis Olimb.

Sparta demonstrou disciplina tibetana, cometendo pouquíssimas penalidades nessa série. O time de Sarpsborg também soube aproveitar os erros do time da capital, mas, mesmo assim, o abismo técnico entre os dois times falou mais alto. Seis jogos foram suficientes para o Vålerenga avançar às finais.

O mesmo número de partidas que o Storhamar Dragons precisou para despachar o Stavanger Oilers. O sueco Fredrik Sundin venceu, com folga, o duelo particular com seu compatriota Henrik Höglund.

Por falar em duelo, a final marcaria interessantes tira-teimas. Os goleiros Björn Bjurling, do Vålerenga, e Jonas Norgren, Storhamar, brigaram durante toda a temporada pelas principais categorias estatísticas da liga. Bjurling foi melhor em percentual de defesas, mas seu rival obteve uma média de gols sofridos por partida inferior. Na defesa, os companheiros de seleção, Mathias Liv e Lars Erik Lund, estariam de lados opostos na decisão. O 1.º do lado do Storhamar Dragons, o 2.º, obviamente, defendendo o tricolor de Oslo.

Norgren e Liv fizeram ótimas atuações nas finais, mas eles não tinham protagonistas de calibre. Coisa que sobrou para Bjurling e Lund. Como era esperado, os Dragons não foram páreo para a variedade de opções do time da capital. Mesmo com o canadense Christian Larrivée esquentando a chapa (??) durante toda a pós-temporada (33 pontos em 17 jogos), o time de Hamar só conseguiu roubar uma partida dos comandados de Knutsen.

Se bem que os dois primeiros jogos foram vencidos de forma agônica pelo Vålerenga. As vitórias nesses encontros foram pela diferença mínima, sendo que a segunda  só veio na 2.ª prorrogação — com Mathis Olimb, marcando o tento da vitória. A força da torcida do Storhamar Dragons só se fez sentir no jogo 4, vitória por 4-1.

No jogo 6, o primeiro ato foi do Storhamar. Mas o gol de Pål Johnsen, logo no início do embate, foi um blefe. Mathias Trygg, David Nyström, Christian Chartier e Øystein Olsen marcaram e o goleiro Bjørn Bjuling fechou a porta nos minutos finais. Em 50 anos de vida, o Vålerenga conquistava então, seu 25.º título nacional. Uma bela média.

Mesmo atuando pelo lado dos derrotados, Christian Larrivée ficou com o título de jogador mais valioso dos playoffs. O defensor Lars Erik Lund ficou com o prêmio de melhor atleta da Get-Ligaen em toda a temporada.

Espen Knutsen logo após a partida disse que quer vôos maiores por parte de seus comandados — e isso inclui uma boa campanha na próxima Continental Cup, além de iniciar uma nova dinastia no hóquei norueguês. Nós não estaremos torcendo por isso, mas se acontecer não teremos outra escolha que não informar, afinal, esse é nosso trabalho (?).

Elenco campeão
Goleiros: Björn Bjuling Tommy Lund Glenn Christer Jensen.
Defensores: Lars Erik Lund, Magne Karlstad, Marius Mathisrud, Christian Chartier, Jonas Nygård, Alexander Bonsaksen e Regan Kelly.
Atacantes: Tommy Marthinsen, Tom André Jacobsen, Jo Magnus Hegg, Vegar Barlie, Patrick Kolsrud, Kjell Richard Nygård, David Nystrøm David Nystrøm, Brede Csiszar, Kim Frydenberg, Lasse Fjeldstad, Øystein Olsen, Aleksander Nervik, Ken André Olimb, Mathis Olimb, Kenneth Larsen, Mats Knutsen, Christian Thygesen e Anders Fredriksen.

Eduardo Costa está cansado de tanto trabalhar. Há cinco anos ele não sabe o que é um período de férias.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.