TheSlot.com.br • Lituânia

Por: Eduardo Costa

Energia Elektrenai

Como todos sabem, a TheSlot.com.br tem em Darius Kasparaitis um ídolo, um mártir. Nosso editor-chefe, Alexandre Giesbrecht, chegou a construir um altar na redação para que possamos agradecer a Kasparaitis diariamente. E esse altar tem poderes mágicos, já que nenhuma estagiária do nosso complexo redatorial resiste ao poder de Darius — sempre que elas chegam perto do lugar sacrossanto, tiram suas roupas e se entregam aos colunistas súditos do onipresente.

Mas esse mundo é cruel, desprezível e injusto. Kasparaitis está no limbo e teve seu contrato rescindido pelos Rangers. Como se isso não fosse o bastante, a liga de seu país natal é tão ruim, que até um analista (?) medíocre como eu, a considera um asco. Chega a ser constrangedor dizer isso, mas a liga lituana de hóquei é de uma futilidade ímpar. E isso enche nossa alma de desalento e tristeza.

Logo de início, vemos que o melhor time do país atua na liga da Letônia — e, como o leitor deve saber, letões e lituanos não são bons amigos.

O Energia Elektrenai não teve outra escolha. Para formar uma grande equipe e servir de base para uma seleção lituana decente, era preciso buscar uma liga mais competitiva onde atuar.

E a ausência do carro-chefe na liga principal fez com que algumas equipes desistissem de disputar a competição. Com isso, o torneio foi disputado por apenas três equipes. Isso mesmo, três equipes. E uma delas foi o time B do Energia Elektrenai. O Maximum Vilniaus, vencedor de uma espécie de série B, também ganhou sua vaga na edição 2006-07 da liga. O terceiro elemento foi o Tigrai Kaunas.

Pouco antes do triangular começar, uma boa notícia: o 1.º colocado enfrentaria em uma grande final (grande final?) o gigante Energia Elektrenai. Isso mesmo, o Energia principal desceria de seu pedestal e daria a um mortal, uma super chance de entrar para a história (?). Obviamente isso só seria interessante se o campeão do triangular, não fosse o time B do Energia Elektrenai. Bem, adivinhem o que aconteceu...

O Energia Elektrenai "B" empalou o Maximum Vilniaus por 7-0 na partida inaugural, com um hat trick natural de Tomas Sakaitis — que usa, é claro, a camisa n.º 11, o mesmo n.º que acompanha a carreira de Darius. Quatro noites depois e o Maximum Vilniaus era vitimado pelo Tigrai Kaunas por 8-4. Arnoldas Bosas marcou um dos gols do Maximum — na verdade teve gente que anotou mais vezes nessa partida, mas eu não poderia perder a chance de fazer uma referência a um atleta que se chama Arnoldas Bosas.

Com esses resultados, a matemática ficou simples. Quem vencesse a ultima partida, entre Energia Elektrenai "B" e Tigrai Kaunas, garantiria sua vaga na super final. Seria um jogo épico. Um embate que salvaria a honra do hóquei local.

Mas, para provar que nada é tão ruim que não possa ficar ainda pior, o Tigrai Kaunas tinha coisas mais interessantes para fazer e não deu as caras na capital Elektrenai. Eu disse que a liga lituana é medíocre? Talvez chamá-la de medíocre seja injusta com os medíocres.

Em uma espécie de W.O., a vitória foi dada ao Energia Elektrenai "B". A final então seria entre o elenco principal do time da capital, e seu elenco reserva. Emocionante, não?

Pelo menos uma coisa era certa: o Energia conquistaria seu 14.º título local em 16 edições do torneio — o Viltis Elektrenai e Garsu Pasaulis Vilnius foram os únicos a quebrarem essa hegemonia.

Mas o bom senso acabou prevalecendo. Seria desnecessária uma partida dessas. Um grande desperdício de tempo para árbitros, atletas, imprensa (?) e até mesmo para o nobre leitor da TheSlot.com.br, que teria que ler mais um sumário de uma partida sem importância, escrita por um colunista sem importância. O jogo acabou não acontecendo.

Para terminar essa triste balada (?), faço um apelo para o único ser que pode dar fim a essa era de mesquinharia do hóquei lituano. Sim, você mesmo Darius Kasparaitis! Tal como Lorde Stanley, depende de ti o nascimento de um campeonato que brindará o planeta hóquei com talento, garra e entrega. Doe uma taça, que terá teu nome imaculado e aí todos irão brigar para vencê-la. Times serão construídos em cada esquina de Elektrenai. Equipes surgirão das mais remotas localidades do país e, daqui dos confins do complexo editorial sloteano, estaremos na espreita, para cobrir tudo o que acontecerá quando esse dia finalmente chegar. Em ti confiamos Darius!

Elenco campeão
Goleiros: Nerijus Dauksevicius, Lukas Jaksys e Arturas Kuzmicius e Petras Nauseda.
Defensores: Rolandas Aliukonis, Tomas Vysniauskas, Justinas Vezelis, Paulius Tamkevicius, Karolis Kubilius, Michal Rudy e Zygimantas Girdzius.
Atacantes: Dovydas Kulevicius, Martynas Slikas, Arturas Svedavicius, Dalius Vaiciukevicius, Raimondas Strimaitis, Karolis Slikas, Algimantas Visockas, Arturas Visockas, Vygintas Stepanavicius, Deividas Kazlauslas, Marius Rankauskas e Marius Lomakin.

Eduardo Costa assistiu a três jogos da Lituânia no último mundial "B". Apesar de sua torcida, a seleção canarinha acabou perdendo todos.

Número 164

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Darius é gol! Aqui ele vence Hasek na pós-temporada de 2001.

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Darius é sacrifício! Mesmo os Rangers blasfemando seu sagrado nome, Kasparaitis arrisca a vida para bloquear um chute.

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Darius é intensidade! Nosso ídolo não alivia e ensina Martin Gelinas a voar. É assim que se faz, Santos Dumont.

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Darius é heterossexual! Em um mundo cada vez mais fresco e aberto (?) a novas experiências, Kasparaitis sempre foi um fiel seguidor das leis divinas.